terça-feira, 27 de setembro de 2011

Santa Maria, Mãe de Deus!

Não entendo como passados 2000 anos ainda há pessoas que não confessam que a Virgem Maria é a Mãe de Deus.
Algo que parece tão óbvio para nós católicos tem sido acusado por muitos protestantes como um empecilho para a volta a Comunhão com Pedro.
Santa Isabel, esposa de São Zacarias e mãe de São João Batista, que anunciou a vinda do Messias, foi muito clara ao receber a visita de Maria em Ain-Karin, cidadezinha onde morava: “Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor me venha visitar?” (cf. Lc 1, 43). Sabemos muito bem que os judeus não chamavam mais ninguém de Senhor que o próprio Deus.
Muitos que tanto valorizam a Bíblia não entendem isto, não sei a razão. Mas talvez sua incredulidade surja devido a uma confusão que fazem muitos católicos e até protestantes. Como disse São Bernardo de Claraval, Doutor da Igreja, é lógico que não foi Maria quem criou o Verbo de Deus; Deus é incriado, sempre existiu por causa própria. Mas Maria, por vontade de Deus, tendo em vista a salvação nossa, se tornou verdadeiramente a Mãe de Deus humanado.
Cristo não é apenas homem ou apenas Deus: Ele possui as duas naturezas, portanto, se Maria é mãe do Jesus homem, uma vez que lhe deu carne humana, logo é também mãe de Jesus Deus. Portanto, “negar que Maria seja Mãe de Deus é o mesmo que negar que Jesus seja Deus” [1].
Não sei se não aceitam o dogma da Maternidade Divina de Maria, solenemente proclamado pelo Concílio de Éfeso em 431, por outras razões ainda. Outras tentativas de justificativas seriam as de que jamais Deus poderia se humilhar a aceitar por sua Mãe uma criatura sua, visto que Ele se rebaixaria a um nível abaixo de sua criação. Mas não parece ser bem assim, afinal, “que arquiteto, erguendo uma casa de moradia, consentiria que seu inimigo a possuísse inteiramente e habitasse?” [2]
Se não entendem ainda assim que Maria é mesmo Mãe de Deus, perdoe-me os incrédulos e descrentes, mas tudo parece ser um simples fechamento de coração às Sagradas Escrituras e às palavras dos Santos Doutores. Nós que temos a oportunidade e a sorte de contemplar este mistério só podemos exultar de alegria em profundo êxtase. Contudo, “não é Maria que precisa de elogios, nós é que precisamos de sua glória” [3].
João Carlos Resende
[1] Por que sou católico? - Prof. Felipe Aquino, pág. 129.
[2] São Cirilo de Jerusalém
[3] Homilia sobre a dormição de Nossa Senhora, festa da Assunção - São João Damasceno

sábado, 17 de setembro de 2011

A tentação do poder

Num destes dias atrás vi passar na TV uma propaganda promovendo o Concurso de Miss Universo.
Passava ali várias moças com corpos muito bonitos e lindas feições faciais, cada uma oriunda de um país diferente, todas elas sorridentes, com cabelos bem penteados, vestidas com grifes famosas e muito bem maquiadas. À primeira vista tudo muito perfeito, mas se analisarmos bem o caso poderemos até ter nojo provocado por aquilo que está debaixo de suas maquiagens e pelo que se sucede atrás das câmeras e dos holofotes.
O que faz com que deixem suas casas, seus familiares e muitas vezes até seus empregos? Uma terrível sede de poder, que vem através da fama e do dinheiro. Sabemos muito bem que a vencedora deste concurso não ganhará pouco dinheiro e irá faturar uma bolsa de estudo muito bem conceituada internacionalmente. Também terá seu nome lembrado durante anos pela mídia. Mas será que vale a pena se expor tanto? Será que vale a pena seguir esse falso deus que é o sucesso mundano?
Primeiro vamos analisar a tentação da riqueza. O Cardeal inglês John Henry Newman, a pouco beatificado pelo Papa Bento XVI explica isso de uma forma melhor. Ele diz que “a riqueza é o grande deus atual; a ela prestam homenagem instintiva a multidão e toda a massa de homens. Medem a felicidade pelo tamanho da fortuna e, segundo a fortuna, medem também a honradez... Tudo isso vem da convicção de que tendo riqueza, tudo se consegue. A riqueza é, pois, um dos ídolos atuais, da mesma forma que a fama...”
Newman também fala um pouco sobre a tentação da fama: “A fama, o fato de alguém ser conhecido e fazer estardalhaço na sociedade (o que poderíamos chamar de notoriedade da imprensa), chegou a ser considerada um bem em si mesma, um sumo bem, um objeto, também ela, verdadeira veneração”.
Newman é perfeito em sua análise destas duas tentações que tanto mexem com a cabeça do homem moderno. Sempre vale lembrar que Cristo também foi tentado por Satanás, e este chegou a lhe oferecer até mesmo o poder de todo o mundo. Alguém que tem o poder sobre o mundo em que vivemos com certeza o adquiriu por meio da fama e do dinheiro, pois só assim poderá reinar e governar isso aqui.
Mas Jesus deu uma verdadeira bofetada em Satanás usando para isso a Palavra de Deus: perante a proposta de que para adquirir o poder deveria adorar o Maligno, o Santo Messias lembrou o que diz a Sagrada Escritura: “Adorarás somente o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás”. Mas para dar esta resposta ao Maligno,Cristo se preparou: orou durante vários dias no deserto e fez jejum, por isso estava inspirado.
Maria também poderia ter se aproveitado da boa vontade dos Apóstolos e dos primeiros seguidores do Santo Cristo para ter fama pelo fato de ser a Mãe Daquele que fundou a Santa Igreja de Deus, mas era toda pura e o pecado não estava nela. Viveu, pois, sua vida na humildade até o dia em que o Senhor lhe chamou a desfrutar as delícias da glória celeste.
Cabe também a nós escutar ou não este apelo de humildade que o Senhor nos faz. São dois caminhos diferentes, mas o sensato saberá escolher o melhor; o da glória terrena, que passa pelo oba-oba e acaba com a morte, para então vir uma possível desgraça ou o da glória eterna, que passa pela cruz do silêncio, do esquecimento e da humildade.
João Carlos Resende

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Avante vamos, batalhão sagrado!

Salve Maria!
Nossas Congregações Marianas estão desanimadas? [1]
Usando a linguagem popular, hoje em dia vemos muitos movimentos na Igreja "fazendo barulho", sendo reconhecidos, aplaudidos e com seus membros a todo vapor, e por isso muitas vezes ficamos incomodados e nos perguntamos: Nossa Congregação Mariana está desanimada? Eu estou desanimado? Estaríamos nós fazendo algo de errado?
Para começarmos a encontrar a resposta é muito bom que conheçamos primeiro o sentido das palavras que compõem nossa pergunta inicial, sabermos o que é uma Congregação Mariana e o que quer dizer a palavra "animada".
Congregar é o ato de unir várias pessoas em torno de um objetivo, como somos uma Congregação Mariana, fica óbvio que somos um grupo de fiéis unidos no objetivo de fundamentarmos e aumentarmos nossa devoção a Nossa Senhora, pois sabemos que Ela é o caminho mais seguro até seu Filho Jesus.
Passemos então a segunda parte, o que quer dizer a palavra “animada”? O verbo animar deriva-se da palavra em latim "anima", que significa “o princípio intrínseco daquilo que se move” [2], é o que faz cada coisa mover-se ao objetivo para qual ela foi criada, então, tudo aquilo se move a um certo objetivo está “animado”.
Como foi dito acima, o objetivo da Congregação Mariana é solidificar a devoção a Nossa Senhora em seus membros, todas as suas ações tem como objetivo nutri-los para eles tenham forças espirituais em todas as ações de sua vida, sejam elas na sua ajuda a Igreja, nas suas famílias, no trabalho ou em qualquer outra área, como nos ensina nossa Regra de Vida Nº 11 que nos propõe “a busca permanente da santidade pessoal pelo crescimento da vida cristã, no seguimento de Jesus Cristo, através de um ardentíssima devoção, reverência e amor filial à a Virgem Maria”.
Então pergunto novamente: Nossas Congregações Marianas estão desanimadas? Não, elas não estão desanimadas, por que elas vem cumprindo o seu objetivo, que é animar seus membros, ou seja, move-los em direção a Maria.
Em cada reunião, em cada hino cantado, em cada conversa entre os congregados e novas amizades construída na fé, em cada Adoração ao Santíssimo ou terço rezado, em cada visita a um doente ou a uma Congregação vizinha, em cada romaria e principalmente na Romaria a Aparecida do Norte, em cada ato de caridade, mesmo que ele pareça pequeno, vemos a nossa devoção a Nossa Mãe Santíssima se solidificar cada vez mais.
As vezes a maioria das pessoas acha que para um grupo na Igreja ser considerado bom, ser considerado animado ele precisa estar fazendo esse barulho dito a cima, estar sendo reconhecido por todos, precisa estar lotado de pessoas, mas não é assim.
Vejamos Nossa Senhora, Ela viveu sempre em silêncio, mas sem deixar de trabalhar um minuto para a Glória de seu Filho Jesus. Assim também são nossas Congregações, cada um que vem aqui numa reunião ou num momento de oração vem para nutrir-se da espiritualidade de Maria para depois continuar em silêncio seu trabalho pela edificação do Reino de Deus.
Deus sabe tudo de bom que você faz, na Igreja, na sua família, no seu lazer ou no seu trabalho, e bem lá no fundo você sabe que a Congregação Mariana tem uma parte importante nisso tudo, é ela quem te põe mais perto da Virgem Maria.
Em silêncio Nossa Mãe arrasta multidões para o Seu Filho, em silêncio ela nos ajuda, e é assim que ela nos dará graças necessárias pra continuarmos firmes, e para que mais pessoas queiram fazer parte de nosso grupo, quanto mais pessoas virem que aqui é um lugar onde Nossa Senhora mora, mais pessoas vão querer estar aqui.
Não desanimemos, as vezes vejo pessoas dizendo que se não conseguirmos muitos e muitos novos membros a Congregação Mariana se extinguirá em poucos anos. Mas porque tanta falta de esperança? As Congregações Marianas estão de pé há 450 anos, e não é por nossa força, é pela força de Nossa Senhora, Ela quis que a Congregação fosse fundada, Ela a mantém todo esse tempo e a Congregação só se extinguirá um dia se Ela quiser. Ela nos deu a Congregação Mariana de presente, para que batalhássemos ao seu lado, por Ela, por Seu Filho Jesus e pela Igreja.
Quando pensamos que fomos nós que escolhemos sermos congregados marianos estamos errados, foi Ela quem nos escolheu, foi Ela quem nos fez olhar de um jeito diferente para aquelas fitas azuis carregadas por algumas pessoas na Igreja, aquela fita da cor de seu manto, foi Ela quem te chamou para estar aqui, ser congregado mariano é uma vocação dada por Deus aos filhos que Nossa Senhora escolheu. Como dizia o texto de um congregado que li a pouco tempo: "A Congregação não precisa de mim, mas eu preciso dela".
Não desanimemos, pois os nossos objetivos estão sendo cumpridos, amamos cada vez mais aquela Senhora vestida de azul. Façamos como o exemplo de dois jovens congregados marianos, um fundou uma Congregação quando era adolescente, logo depois perdeu seu irmão na Guerra e seu pai morreu doente, ficou órfão em meio as perseguições comunistas na Polônia e o outro teve a sua Congregação Mariana destruída por nazistas na Alemanha em meio a Segunda Guerra Mundial, por causa da intercessão da Virgem Santíssima eles nunca desanimaram, sempre lutaram por Cristo e esses jovens tornaram-se respectivamente o Beato Papa João Paulo ll e o Papa Bento XVl.
Não somos nós que animamos a Congregação Mariana, é Nossa Senhora que nos anima, não desanimemos, Nossa Senhora está conosco: "Avante vamos batalhão sagrado, em nome da Virgem da Conceição, cerremos as fileiras, soldados do Senhor!".
Tiago Martins da Silva
[1] Esta mensagem foi composta para o retiro anual das Congregações Marianas da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim – ES
[2] Em termos filosóficos, MOVIMENTO não o tem o sentido corriqueiro que estamos acostumados a usar, que é mover-se de um LUGAR físico a outro, no caso acima MOVIMENTO designa mudança de um ESTÁGIO a outro, como por exemplo, a madeira que se queima e torna-se carvão MOVEU-SE de madeira a carvão, a árvore que um dia foi semente MOVEU-SE de semente a árvore.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O vírus Ratzinger

Vírus instalado, sistema infectado. O fim dos hereges está próximo.
(Clique na foto para ampliar)
"A luta de classes como caminho para uma sociedade sem classes é um mito que impede as reformas e agrava a miséria e as injustiças. Aqueles que se deixam fascinar por este mito deveriam refletir sobre as experiências históricas amargas às quais ele conduziu. Compreenderiam então que não se trata, de modo algum, de abandonar uma via eficaz de luta em prol dos pobres em troca de um ideal desprovido de efeito. Trata-se, pelo contrário, de libertar-se de uma miragem para se apoiar no Evangelho e na sua força de realização".
Libertatis nuntius - Instrução sobre alguns aspectos da «Teologia da Libertação » Congregação para a Doutrina da Fé - 1984
Tiago Martins da Silva

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Quem provocar a queda de um só destes pequenos...

Quem provocar a queda de um só destes pequenos que crêem em mim, melhor seria que lhe amarrassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem no fundo do mar”. Mt 18, 6
Sem sombra de dúvida atravessamos um dos tempos mais difíceis para a infância e a juventude em toda a história. Nossas crianças e nossos jovens se encontram diante de dois caminhos: o do Senhor e do mundo. Aparentemente o caminho que o mundo apresenta é o melhor: a diversão e o prazer disfarçam a quebra de valores indispensáveis para a vivência de uma vida reta e saudável. A criança cresce jogando jogos violentos, que incitam o ódio e a destruição, escutam músicas com letras que aos poucos corrompem as inocentes mentes e ainda encontram, em muitos lugares, um ensino cada vez menos comprometido com os valores cristãos.
Já a juventude vive aquilo que aprendeu na infância. Os controles de vídeo-game são substituídos por armas que são cada vez mais usadas com incoerência. As músicas com letras ridículas impulsionam a curiosidade por conhecer o álcool, drogas e a promiscuidade. Isso torna-se um ciclo vicioso, vemos crianças agindo como adolescentes, adolescentes querendo os direitos dos adultos sem querer os deveres deles e com isso vemos adultos mau formados, agindo como crianças.
O ensino público - em grande parte - contribui para o afastamento dos jovens da Igreja, pois são contadas mentiras absurdas sobre a Igreja Católica, principalmente nas aulas de História e Ciências, colocando a Igreja como se fosse uma assassina em série e inimiga da razão e das ciências. Além disso nossa educação está sendo moldada por ensinamentos imorais que propagam uma sexualidade completamente desorientada, que abandona a afetividade, a busca pelo amor verdadeiro e colocam a busca pelo prazer como meio de vida.
Assim como a infância do passado é a juventude de hoje, esta última será a terceira idade no futuro, naturalmente. Mudá-la completamente é quase impossível. Então o que devemos fazer? Investir na formação de nossas crianças, orientar depois os jovens e adultos para, novamente, termos a honra de aprender com os idosos, como outrora acontecia, pois este é o caminho do Senhor.
Que São José, que tanto zelou pelo Menino Deus proteja as nossas crianças e jovens. Que Deus nos dê a Sua benção e Sua graça!
João Carlos Resende
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