terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Aprendendo lições valiosas com São José

De fato um dos santos mais venerados pelos católicos é São José, esposo de Maria. Seu

nome aparece poucas vezes nos Evangelhos e simplesmente não há nenhuma fala atribuída a ele pelos autores dos Livros Sagrados. Mas porque isto acontece? Seria São José um homem com deficiência na fala? Seria um simples carpinteiro sem importância na história da salvação? Porque não é atribuída nenhuma fala a este santo tão venerado?

As surpresas que Deus tem para seu povo são mesmo muitas e neste caso parece que podemos notar mais uma, pois é tão simples a razão da falta de suas falas; São José era humilde e aqueles que possuem esta virtude pouco falam. Este era um homem que não falava, mas fazia e dava bons exemplos; era repleto de virtudes.

As Sagradas Escrituras ignoram o seu nascimento, sua morte e muitos outros fatores de sua vida. Os evangelistas o fizeram não por descuido; de modo algum. Eles o fizeram por inspiração divina. Sim, Deus quis mostrar como se porta uma pessoa humilde: ela chega sem fazer barulho, aparece apenas nas horas difíceis e sai calada. São José apareceu apenas nos momentos de dificuldades do Menino Jesus e da Virgem Maria; quando ela ficou grávida sem estar casada, na viagem para Belém, na fuga de Herodes e na perca no Templo de Jerusalém. E mesmo assim sem pronunciar uma única palavra. Tudo isto por odiar aparecer mais que o próprio Deus.

O homem era tão humilde que apesar de estar no direito de entregar Maria, segundo os costumes da época, por ela estar grávida sem ser casada preferiu abandoná-la em silêncio.

Também conta a Tradição da Igreja que ele quis a despedir em silêncio pois mesmo não entendendo a situação, ele sabia que era Maria era tão santa que era mais credível ela estar grávida por uma forma que ninguém entendia do que ela ter se maculado, no fundo José sabia que Aquela a quem lhe deram como esposa não era uma simples mulher, era a Mulher.

Que lição de caridade! Não fazer escândalo, ponderar todos os pontos e agir com prudência, não fazer barulho e provocar uma revolução como muitos fazem, mas se calar e dar o silêncio como resposta.

José era um homem firme, que amava seu Deus e queria cooperar com Ele para a salvação das almas. Ao ser avisado em sonho que a gravidez de Maria aconteceu pela ação do Espírito Santo, o guarda providente da Sagrada Família foi forte o suficiente para enfrentar o preconceito da sociedade, acolher Maria e declarar Jesus como filho seu. José não temeu a luta, ao contrário, foi forte e decidido. Certamente foi muito caluniado pelas pessoas de sua cidadezinha, mas era humilde e se calou.

Preferiu deixar que o tempo mostrasse ao mundo quem era aquele Menino que ele custodiava em vez de criar picuinhas. Ele sabia muito bem que a santidade exige a perseguição e mesmo sendo o chefe da Sagrada Família, protetor do menino Jesus e esposo da Santíssima Virgem Maria com ele não seria diferente. E nem queria que fosse, pois sua humildade seria uma falsa contradição.

O zelo pelas coisas de Deus o consumia. Após Herodes decretar a morte dos meninos de Belém aquele carpinteiro humilde de Nazaré não hesitou em seguir as ordens do Anjo e fugir para uma terra distante, com outros costumes e tradições. Certamente, na calada de uma noite fria, sem temer perigo algum, pois sabia que Deus estava com ele, abandonou tudo para zelar pelo seu próprio Deus, que também era membro de sua família. E hoje as pessoas não fazem nenhum sacrifício para o bem da Igreja e os pais não protegem seus filhos. Deveriam se espelhar mais em São José...

O que falar então de seu reencontro com o Senhor? Após perder o Menino Jesus no Templo, em uma Jerusalém repleta de peregrinos e desconhecidos, infectada por salteadores, José não deu seu Menino Deus como perdido; foi atrás Dele e mesmo O procurando 3 dias sem êxito não desanimou de ir ao encontro do Senhor e O encontrou, pois Este permite que os persistentes O encontrem. Homem persistente este José, o carpinteiro de Nazaré.

Mas o que mais chama a atenção no exemplo de vida que nos deixou é que não foi hipócrita e não vestiu a carapuça da falsidade. Caros leitores, qual homem mereceria maior glória que São José? Quem mais poderia receber o imenso privilégio de ser o chefe da Sagrada Família? Creio que ninguém teria mais direito que ele. Mas José era repleto das mais apreciáveis virtudes e não procurou glória em momento algum. Poderia se gabar todo momento de seu “cargo”, mas não fez isto, pois a humildade transbordava em seus olhos.

Não fingiu em momento algum ser uma pessoa que não era. Apesar de ser uma das mais importantes pessoas da historia da salvação, se rebaixou e se portou como um simples carpinteiro e não como o Patrono da Igreja que hoje é. Seria uma benção de Deus se aprendêssemos com este santo a permitir que a humildade guie nossas ações e nossas palavras.

São José, “protegei, ó guarda providente da divina família, o povo eleito de Jesus Cristo. Assisti-nos do alto do Céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, contra o poder das trevas. E assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus das ciladas de seus inimigos e de toda adversidade. “ Assim seja.

João Carlos Resende

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