quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

É realmente necessário que eu vá a uma praia para me entreter?


“Quanto à santa pureza, nunca tenhas em conta de demasiada toda e qualquer precaução. Santo Afonso de Ligório

Este artigo é uma opinião pessoal, mas pautada em critérios sérios, gostaria que o leitor tivesse pelo menos a boa vontade em ler e refletir sobre os pontos colocados, e para ajudar na reflexão sobre os critérios deixarei ao final do texto mais alguns links de bons materiais sobre o assunto.

Então, passemos ao assunto, a pergunta título: É realmente necessário que eu vá a uma praia para me entreter? Estamos no verão, vemos a efervescência das pessoas falando sobre ir à praia, piscinas e afins, e desde já coloco que apesar do título falar em praia subtende-se todos os ambientes parecidos que se encaixam com o motivo da pergunta. Todos pensam nisso em função de se entreter, passar um tempo livre "arejando" a cabeça, se divertindo, e é óbvio que se entreter é algo lícito, faz bem à alma, a questão toda gira em torno do modo e lugar no qual temos este entretenimento, é neste ponto que quero chegar durante esta reflexão.

Pergunto novamente, é realmente necessário que eu vá à uma praia para me entreter? O mundo não se importa com critérios morais, com pudor, modéstia, castidade e outros, mas nós cristãos sim, pelo menos deveríamos. Então devemos ficar atentos a uma coisa: Hoje em dia 99% dos ambientes de praia são ambientes imorais, vamos ser sinceros, não há moralidade num lugar onde pessoas andam seminuas como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

Por mais que até nós nos precavêssemos, nos vestíssemos bem, os outros não fazem e isso nos coloca numa ocasião muito próxima de pecar, e que poderíamos evitar. Vou dar um exemplo muito claro, imagine um homem* que vá com uma roupa recatada a praia, mas lá vai se deparar com centenas, milhares, de mulheres seminuas, quanta tentação sofrerá, e será quase impossível não cair no pecado do olhar, e ele poderia ter evitado se não tivesse freqüentando este lugar.

Pode-se objetar que existem mulheres impudicas em todos os ambientes, que sofrerá tentação em todos os lugares, sim, mas, nem todos os ambientes são evitáveis, a pessoa não tem culpa se no trabalho, na fila do banco ou na calçada há uma pessoa sem pudor, e isso não fará com que ele tenha que ter menos responsabilidade em viver a castidade no olhar, desviando o olhar e o pensamento da situação, e principalmente pedindo auxílio a Deus, mas há situações evitáveis, como por exemplo, uma pessoa que queira viver a castidade nunca irá numa balada, sabe o que vai encontrar ali, e o que venho a colocar nesta postagem tem claramente a ver com isto, a praia é um local onde todo mundo sabe o que irá encontrar, e é evitável.

Evitável? Sim, como dissemos, as pessoas vão à praia para se entreter, mas ir a praia para se entreter não é necessário, temos que atentar a um critério, em tudo o que fazemos na vida há coisas necessárias e outras não necessárias, por exemplo, é necessário que eu coma pra sobreviver, mas não é necessário que eu coma certas comidas pra sobreviver, eu posso passar a vida inteira sem comer sorvete e isso não me mataria, comer sorvete não é necessário para meu organismo. Então, neste ponto respondemos a pergunta título: Não é necessário que eu vá à praia para me entreter, é necessário que eu tenha tempos de entretenimento, mas não é necessário que seja na praia, posso escolher outros locais e situações, e ainda mais neste caso, muito mais sadias. Ninguém morrerá se não for à praia, mas pode estar colocando por sua própria conta e risco a alma em perigo se for, e quem morrerá aos poucos nesta situação é a alma, pois para cair num precipício sempre há um primeiro passo.

Pode-se objetar que há praias e praias, umas desertas em certos horários, eu mesmo já vi exemplos de clérigos que procuram estes locais nestas condições, e também ambientes familiares de piscinas, entre outras coisas, mas como disse no início, isso tudo é uma opinião minha, mas ainda é muito forte o argumento de que a maioria absoluta das praias se tornou um ambiente imoral, e como posso me entreter em outras coisas muito mais sadias, me pergunto se vale a pena ir num local assim, e a minha consciência sempre diz não.

As vezes Deus permite que vejamos o inferno para nos impulsionar ao Céu, certa vez - por outro motivo que não o passeio - fui a cidade do Rio de Janeiro, uma pessoa convidou eu e mais duas para visitar a Praia de Copacabana, estava completamente lotada, a primeira coisa que veio a minha mente foi: "Isto é uma visão do inferno!!" . Se repararmos bem, a maioria absoluta das pinturas que vemos representando o inferno são de pessoas nuas e sofrendo, a maioria absoluta das praias tem essa visão, pessoas praticamente nuas e com divertimentos mundanos, e todo divertimento mundano esconde atrás de si um sofrimento sem esperança, sem Deus, um inferno.



Como disse, tudo o que escrevi é uma opinião minha, mas usei critérios sérios, o que peço é a sua boa vontade e que reflita sobre a pergunta do título, e principalmente sobre outras 3 perguntas: Estou disposto a renunciar a um divertimento, ainda mais quando sei que ele muito provavelmente irá ocasionar situações que desagradem a Nosso Senhor Jesus Cristo? E se a Virgem Santíssima estivesse ao meu lado, eu a levaria a um ambiente assim? E eu, será que não estou sendo também causa de perdição para outros com minhas roupas - ou falta delas? Faça estas perguntas a si mesmo, a sua consciência...

Termino o texto com um conselho de São Josemaria Escrivá, onde ele mostra o melhor modo de vivermos bem o nosso tempo de entretenimento:
Sempre entendi o descanso como afastamento do trabalho diário; nunca como dias de ócio. Descanso significa represar: acumular forças, ideias, planos... Em poucas palavras: mudar de ocupação, para voltar depois - com novos brios - à atividade habitual. [1]
Lembra-te com constância que colaboras na formação espiritual e humana dos que te rodeiam e de todas as almas - até aí chega a bendita Comunhão dos Santos -, em qualquer momento: quando trabalhas e quando descansas; quando se vê que estás alegre ou preocupado; quando na tua tarefa no meio da rua fazes a tua oração de filho de Deus e transcende exteriormente a paz da tua alma; quando se nota que sofreste - que choraste - e sorris.” [2]

Tiago Martins

Grifos nossos

*É óbvio que este exemplo também serve para as mulheres em relação aos homens.

Referências:
[1] São Josemaria Escrivá - Sulco, 514
[2] São Josemaria Escrivá - Forja, 846

Textos recomendados:

Modéstia, pudor e lógica – Sobre o uso de “roupas de banho”

 

1946: O ano em que lançaram o biquíni”

 

Biquíni, o Cristo Redentor e a Lógica.



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O apóstolo deve possuir uma ardente devoção a Nossa Senhora


Retirado do livro A Alma de Todo Apostolado

Sendo membro da Ordem de Cister e filho de São Bernardo, não posso deixar de dizer que o santo Abade de Claraval atribuía a Maria todos os seus progressos na união com Jesus e todas as suas vitórias no apostolado.
Todos sabem o que foi o apostolado do mais ilustre dos filhos do patriarca São Bento, sobre os povos, os reis, os concílios, e até sobre o coração dos Papas. Todos exaltam a santidade, o gênio, a ciência e a unção dos escritos do último dos Padres da Igreja. Porém, o que, sobretudo, sintetiza a admiração dos séculos pelo santo doutor, é o título de “cantor de Maria”, que lhe foi outorgado.
Este incomparável apóstolo da Europa, não foi excedido por nenhum outro daqueles que celebraram as glórias da Mãe de Deus. Grandes santos, como São Bernardino de Sena, São Francisco de Sales, Santo Afonso de Ligório, São Luís de Montfort, e outros, não deixaram de ir beber os tesouros de São Bernardo, quando quiseram falar da Virgem Maria.
“Vejamos, meus irmãos —diz o santo doutor— quais os sentimentos de devoção, com que Deus quis que honrássemos Maria, Ele que pôs n’Ela toda a plenitude dos seus bens. Se, em nós, existe qualquer esperança, qualquer graça, qualquer penhor de salvação, reconheçamos que tudo isso jorra sobre nós d’Aquela que está cumulada de delícias (…) Tirai esse sol que alumia o mundo, e deixará de haver dia. Tirai Maria, essa estrela do mar, do nosso grande e imenso mar, e que fica senão profunda escuridão, sombras de morte e trevas espessas? É, pois, do fundo dos nossos corações e das nossas entranhas, e com os nossos melhores anseios que devemos honrar a Virgem Maria; pois tal é a vontade d’Aquele que quis que tudo tivéssemos por meio d’Ela”.[1]
Apoiados nesta doutrina, não hesitamos em dizer que, se a atividade do apóstolo não se fundar numa especialíssima devoção a Nossa Senhora, arrisca-se, seriamente, a construir sobre a areia.

a) Para a vida interior pessoal.
O apóstolo será insuficientemente devoto de Nossa Senhora, se não tiver confiança filial e amorosa na Mãe de Deus, ou se apenas for exterior o culto que lhe prestar. Para sermos seus verdadeiros filhos, o nosso amor deve corresponder ao dela; devemos estar firmemente convencidos das grandezas, privilégios e funções da Mãe de Deus e dos homens; devemos estar compenetrados de que a luta contra as faltas, a aquisição das virtudes, o reinado de Jesus Cristo nas almas, dependem do grau de devoção que tivermos a Maria; [2] devemos estar compenetrados de que a vida interior é mais segura, mais suave e mais rápida, quando se opera com Maria; [3] devemos transbordar de confiança filial e de amor pela Medianeira de todas as graças. [4] 
Todos estes sentimentos se encontravam em alto grau no coração do exemplar apóstolo que foi São Bernardo. Quem não conhece as palavras que brotaram da alma deste santo abade, quando, ao explicar aos seus monges o Evangelho Missus est, exclamou:
“Ó tu que compreendes que, no fluxo e refluxo deste mundo, flutuas entre ressacas e tempestades e não caminhas em terra firme, fixa os teus olhos sobre essa estrela, para não pereceres na tormenta. Se os ventos das tentações se desencadearem, se fores de encontro aos escolhos das tribulações, olha para a estrela, invoca Maria! Se te vires sacudido pelas ondas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja; olha para a estrela, invoca Maria! Se a cólera, a avareza, ou a cobiça assaltarem a frágil barquinha da tua alma, ergue os olhos para Maria! Se, acabrunhado pela enormidade das tuas faltas, confundido pelas hediondas chagas da tua consciência, horrorizado pelo pavor do juízo, começares a ser absorvido pelos abismos da tristeza e do desespero, pensa em Maria! Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria! Jamais saia Maria dos teus lábios; jamais fique Maria longe do teu coração; e, para obteres o bom despacho das tuas preces, não olvides o exemplo da sua vida. Seguindo-a, não te desviarás; invocando-a, não desesperarás; contemplando-a, não errarás. Por ela amparado, nunca cairás; sob a sua proteção, nada te causará temor; guiado por ela, nunca te cansarás; se ela te for propícia, chegarás, certamente, ao bom porto.”
Não querendo alongar-me, mas desejando facultar aos apóstolos um resumo dos conselhos de São Bernardo, para quem quiser ser verdadeiro filho de Maria, aconselho-os, fraternalmente, a lerem com atenção o precioso livro: “La vie spirituelle, à l’école du Bienheureux Grignion de Montfort”, escrito pelo Padre Lhoumeau, superior geral dos Monfortinos.[5]
Esta obra sólida, do ponto de vista teológico, mas, ao mesmo tempo, prática e cheia de unção, reflete, maravilhosamente, o pensamento de São Bernardo. Nada lhe falta para alcançar os resultados tão desejados pelo abade de Claraval: afeiçoar o coração dos seus filhos à imagem do seu e dar-lhes o carácter dominante dos autores cistercienses: a necessidade do recurso habitual a Maria e a vida de união com ela.
Terminemos com as palavras consoladoras que a admirável cisterciense Santa Gertrudes ouviu dos lábios da Santíssima Virgem: “Não se diga que o meu dulcíssimo Jesus é meu Filho único, mas meu primogênito. Foi Ele quem eu concebi primeiro, no meu seio, mas, por Ele, concebi, depois, a todos vós para serdes seus irmãos e meus filhos, adotando no seio do meu amor maternal”.

b) Quanto à fecundidade do apostolado.
Como diz São Paulo, quando o apóstolo tira as almas do pecado e as faz crescer na virtude, está a gerar nelas o próprio Cristo. Por conseguinte, se Jesus Cristo veio ao mundo por meio da Santíssima Virgem, também é por meio dela que Ele deve ser gerado nas almas dos seus filhos.
Esquecer Maria no apostolado seria desconhecer uma parte essencial do plano divino. “Todos os predestinados —diz Santo Agostinho— estão neste mundo ocultos no seio da Santíssima Virgem, onde crescem, são guardados e alimentados por esta boa Mãe, até nascerem para a glória, depois da morte.”
“Após a Encarnação —conclui justamente São Bernardino de Sena— Maria adquiriu uma espécie de jurisdição sobre a missão temporal do Espírito Santo, de tal modo que as criaturas só recebem graças pelas mãos d’Ela”. Por sua vez, o verdadeiro devoto de Maria torna-se omnipotente sobre o Coração da sua Mãe. O seu apostolado é eficacíssimo, pois dispõe da omnipotência de Maria sobre o sangue infinitamente precioso do Redentor. Por isso, todos os grandes conquistadores de almas têm extraordinária devoção à Santíssima Virgem. A força com que conseguem persuadir as almas a abandonar o pecado, e a abraçarem a virtude, vem-lhes do horror ao mal e o amor à pureza daquela que a si mesma se chamou Imaculada Conceição.
Ao ouvir a dulcíssima voz de Maria, São João Baptista reconheceu a presença de Jesus, e exultou de alegria no seio de Santa Isabel. Os verdadeiros filhos de Nossa Senhora sabem, também, encontrar as palavras capazes de tocarem os corações mais empedernidos e abri-los para Jesus; sabem encontrar, com o auxílio da Mãe de Misericórdia, a palavra que salva do desespero e abre as almas para as vias da confiança; sabem colocar os pecadores nas mãos daquela que é o seu Refúgio seguro e a sua verdadeira Mãe.
São João Baptista Vianney encontrou, por vezes, pecadores que se escudavam em práticas exteriores de devoção à Santíssima Virgem, para calarem a própria consciência, pecarem mais facilmente e não temerem a justiça de Deus. A palavra incisiva do santo pároco de Ars revelava-lhes, contudo, a injúria que estavam a fazer à Mãe de Misericórdia, e levava-os a servirem-se dessas mesmas práticas de devoção para implorarem e, assim, obterem a graça da conversão.
Em caso igual, um apóstolo pouco devoto de Maria, poderia facilmente levar o pobre náufrago a abandonar tais práticas que talvez fossem a sua única tábua de salvação.
Se Maria viver no coração do apóstolo, ele conseguirá ter a eloquência maternal que toque as almas mais duras. Dir-se-ia que, por uma delicadeza admirável, Nosso Senhor reserva para a sua Mãe as conquistas mais difíceis e só as concede aos verdadeiros devotos de Maria. O verdadeiro filho de Nossa Senhora nunca carecerá de argumentos, meios e expedientes, quando haja de animar os fracos e consolar os inconsoláveis.
O decreto pontifício que acrescentou à Ladainha Lauretana a invocação: “Mãe do bom conselho”, funda-se nos títulos de “Tesoureira das graças celestes” e “Consoladora universal” que Maria merece.
É aos seus verdadeiros devotos que a “Mãe do bom conselho” faculta, como em Caná, o segredo de obterem, para distribuir, o vinho da força e da alegria. Mas, sobretudo, quando é preciso falar do amor de Deus às almas, é que a “Raptora dos corações”, Raptrix cordium, conforme expressão de São Bernardo, a Esposa do Amor substancial, põe nos lábios dos seus filhos as palavras de fogo que ateiam o amor de Jesus e, por meio desse amor, fazem germinar todas as virtudes.
O verdadeiro apóstolo deve amar, apaixonadamente, aquela a quem Pio IV chamou Virgo sacerdos, cuja dignidade ultrapassa a de todos os sacerdotes e pontífices. E este amor dar-lhe-á o direito de nunca considerar perdida uma obra, se a começou com Maria e se com Ela a quer consolidar. Maria, com efeito, está na base e no topo de tudo quanto interessa ao Reino de Cristo.
Mas trabalhar com Ela não é, apenas, erguer-lhe altares ou entoar cânticos em sua honra. O que Ela quer, verdadeiramente, é que vivamos unidos a Ela, que as nossas afeições passem pelo seu Coração e que recorramos ao seu conselho e auxílio. Sobretudo, espera de nós a imitação das suas virtudes e a entrega total nas suas mãos, para que nos possa revestir do seu divino Filho.
Se recorrermos habitualmente a Maria, imitaremos aquele general do Povo de Deus que, antes de avançar contra o inimigo, dizia a Débora: “Se fores comigo, eu irei; mas, se não fores, não irei” (Jz 4, 8), e faremos, então, verdadeiramente, todas as nossas obras com Ela. E Ela entrará, não só nas decisões principais, mas também em todos os casos imprevistos e em todos os pormenores da execução da obra.
Unidos àquela, cuja invocação de Nossa Senhora do Sagrado Coração, resume, em nossa opinião, todos os outros títulos, não correremos o risco de desvirtuar as obras, permitindo que elas prejudiquem a vida interior e se tornem um perigo para as nossas almas. Pelo contrário, por meio dessas mesmas obras, progrediremos na vida interior, em união com aquela que nos assegura a posse do seu divino Filho durante toda a eternidade.

Epílogo

Depomos este modesto trabalho aos pés de Maria Imaculada.
O perfeito ideal do apostolado é o Coração da Santíssima Virgem, tal como aparece na gravura bizantina, do século VI, reproduzida neste livro. [6] 
Parece-nos a própria imagem da vida interior. A Virgem tem no peito o Verbo Encarnado. Como o Pai Eterno, conserva sempre em si o Verbo que deu ao mundo. Jesus vive n’Ela.
O Menino Jesus aparece, porém, dentro do seu Coração no ato de exercer o seu apostolado. O seu porte, o rolo do Evangelho que tem na mão esquerda, o gesto da mão direita, o seu olhar: tudo indica que está a ensinar. E a Virgem une-se à sua palavra. A expressão do seu rosto parece dizer que quer também falar. Os seus olhos grandes abertos procuram almas às quais possa comunicar o seu Filho: imagem perfeita da vida ativa, pela pregação e pelo ensino.
As suas mãos estendidas — como as dos orantes das catacumbas, ou as do sacerdote que oferece a Vítima santa sobre o altar— recordam-nos que é, sobretudo, pela oração e pela união ao sacrifício de Jesus que a nossa vida interior será profunda e o nosso apostolado dará fruto.
Ela vive da vida de Jesus, do seu amor, do seu sacrifício, e Jesus fala nela e por ela. Jesus é a sua vida e ela é o porta-voz, a custódia de Jesus. Assim deve ser a alma dedicada ao apostolado, deve viver de Deus, para poder falar eficazmente d’Ele, já que a vida ativa é apenas a vida interior a transbordar da alma.
Rainha dos Apóstolos
Salve, Virgem Mãe, receptáculo vivo do Coração de Jesus! Desta divina fonte haurimos, por vosso intermédio, o espírito de sacrifício e de oração.

Retirado do livro "A Alma de Todo Apostolado" , 
de Dom Jean-Baptiste Chautard, pg. 173 à 184 - Editora Civilização.


Recomendamos muitíssimo a leitura deste livro, recomendado por tantos, como por exemplo o Santo Padre Pio X o tinha como livro de cabeceira.

Palavras de São Pio X, durante a visita ad limina dos bispos do Canadá em 1914:

"Se quereis que Deus abençõe e torne fecundo o vosso apostolado, empreendido para a sua glória, impregnai-vos bem do espírito de Jesus Cristo, procurando adquirir uma intensa vida interior. Para este fim, nao vos posso indicar melhor guia do que "A alma de todo o apostolado" de Dom Chautard, abade cisterciense. Recomendo-vos, calorosamente, esta obra, que estimo particularmente, e da qual fiz o meu próprio livro de cabeceira".

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Referências:
[1] São Bernardo, Serm. in Nat. B. M. V. alias de Aquaeductu.
[2]“Ninguém recebe o dom de Deus senão por vós, ó cheia de graça” (São Germano). “A santidade cresce, em razão da devoção que se professa a Maria” (Padre Faber).
[3] “Com Maria, fazem-se mais progressos no amor de Jesus num só mês, do que em vários anos vivendo-se menos unidos a esta boa Mãe” (São Luís de Montfort).
[4] “Meus filhos, ela é a base da minha confiança e a razão da minha esperança” (São Bernardo).
[5] Livraria Oudin, Paris.

[6] A imagem que aqui reproduzimos representa a “Panaghia Parthenos”, uma das mais célebres e antigas imagens da Mãe de Deus. O original, dádiva da imperatriz Pulquéria (450-453), encontrava-se numa das mais belas e ricas igrejas de Constantinopla, e ainda aí se conservava nos fins do século XIV. Encontram-se, com bastante frequência, reproduções desta célebre pintura na Rússia, por exemplo em Kiev, Novgorod e Moscovo, bem como na Grécia.
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