segunda-feira, 14 de março de 2011

Quaresma: Tempo de jejum, esmola e oração



Tendo os fiéis se despedido da carne, no carnaval, começa a quaresma. Quaresma vem de quadragesima, palavra latina usada para designar os quarenta dias que antecedem a Páscoa. A quaresma tem início na quarta-feira de cinzas e termina na quinta- feira da Semana Santa (Ceia do Senhor). A quaresma é um tempo penitencial, por isso a cor litúrgica é o roxo. Na Liturgia, omitimos o Glória a Deus nas Alturas e o Aleluia da aclamação ao Evangelho. Os guardamos para cantar na Vigília da Páscoa.

O período é reservado para a reflexão, o recolhimento, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Para tanto, a Igreja nos convida a nos retirar das agitações, a ter a mesma atitude de Jesus nas tentações do deserto: o jejum para a gula, a esmola para a avareza e a oração para a glória vã (Cf. Lc 4, 1-13). O jejum é obrigatório para o fiel católico na quarta- feira de Cinzas e na sexta-feira Santa, nas demais sextas-feiras do ano, que também são penitenciais, recomenda-se a abstinência da carne ou pode ser substituída por alguma obra de piedade, entretanto, pode-se fazer jejum em qualquer dia da semana, desde que não seja domingo, nem solenidade. Pode-se abdicar de algum apego como forma de penitência, pode ser doce, refrigerante, algum condimento ou “capricho” na comida, algumas horas de TV, de internet, de sono... Enfim, pode-se abrir mão de algo em vista da sua união com Deus.

Segundo o CCE*, no número §2462 A esmola dada aos pobres é um testemunho de caridade fraterna; é também uma prática de justiça que agrada a Deus. A esmola entendida pela Igreja é Obra de Misericórdia compreendida em obras corporais e espirituais; as corporais são: dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir os nus; dar pousada aos peregrinos; visitar os presos; enterrar os mortos. As obras espirituais são: instruir (ensinar os que não sabem); aconselhar (dar bons conselhos aos que necessitam); consolar (aliviar o sofrimento dos aflitos); confortar (fortalecer os angustiados e abatidos); perdoar (as injustiças de boa vontade); suportar com paciência (as adversidades e fraquezas do próximo).

Lembremos que a oração é o nosso diálogo com Deus, é nossa comunhão com Ele; sem a oração nossa vida espiritual morre e não damos a Deus aquilo que lhe é devido, ou seja, não honramos o mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas. Tudo isso é uma purificação, uma preparação para a vinda de Cristo Ressuscitado! Nas palavras do próprio Cristo, (...) ninguém põe vinho novo em odres velhos. (Mc 2, 22), é preciso nos preparar pra esse grande acontecimento! Toda a penitência católica é baseada na nossa relação com o Esposo. Enquanto somos odres velhos, não somos capazes de conter o Vinho Novo. Enquanto não houver uma conversão, uma mudança de vida, não estaremos preparados para estar com o Esposo. Ora, neste momento estamos nos preparando para celebrar a Páscoa do Senhor. Por um acaso podemos fazê-lo se ainda somos odres velhos?

Que esta indagação nos faça refletir sobre a nossa preparação para a vinda de Cristo. Salve Maria!

*Catechismus Catholicae Ecclesiae

Joyce Maria Alves Rocha

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...