terça-feira, 29 de junho de 2010

Pedro e Paulo: prova do amor de Deus


Sempre que se pensa em Cristo, se pensa na Igreja, e sempre que se pensa na Igreja, com certeza se pensa em Pedro e Paulo. Quase 2000 anos depois de suas mortes, toda uma civilização ainda os respeita e venera. Seus ensinamentos, seus exemplos, seus cuidados para com seus discípulos, tudo faz com que sejam lembrados até os dias atuais. Com certeza estão entre os maiores homens da história da humanidade.

Um era um simples pescador, não muito novo, cansado das noites em claro dentro de um simples barco a procura de seu pescado. Não devia desfrutar de boas condições financeiras, pois trabalhava em um lago, um bem público, para sustentar com muito custo sua família. O outro era um vendedor de tendas, novo, solteiro, cidadão romano, inteligente e com um belo futuro a sua frente. Mas aquelas duas pessoas comuns, aparentemente inofensivas, foram causa de uma enorme dor de cabeça para um grande império; tão grande, tão grande, que nele o sol não se punha. Enquanto anoitecia em uma parte, na outra já era manhã. Uma civilização sem igual.

Os anos passavam e parecia não haver quem conseguisse derrotar esse império que tanto explorava seus súditos com os impostos cada vez maiores. Os poucos que se arriscavam a lutar contra esse terrível “monstro” eram eliminados com enorme facilidade. Parecia não haver solução. Alguns líderes populares surgiam, apresentavam seus ideais ao povo, que neles confiavam, mas logo suas doutrinas eram esparramadas como cinza, pois não eram boas aos olhos do Senhor. Dentre tantos líderes, um era diferente. Seu olhar, suas palavras, seu comportamento, seu amor para com o próximo era algo inexplicável. Ele não era como os outros. Era pacífico e sábio, sua força era a sua fraqueza, sua arma era o carinho, jamais passava despercebido pelo povo. Mas esse forte império o matou como um bandido. A multidão que sempre o seguira estava desolada e parecia não ter mais esperança. Contudo, entre todos os seguidores deste Galileu, um era diferente dos demais. Nele habitava a confiança em Jesus, aquele líder diferenciado. Após seu líder ter ressuscitado no terceiro dia, subir ao Céu e enviar seu Santo Espírito, que foi a força da Igreja, começa sua missão.

No início, Pedro falava apenas entre os seus. Após interceder em favor de um irmão paralítico, foi julgado e blasfemado por causa de Cristo. Por causa do mesmo Cristo, viu seu amigo Estevão ser apedrejado até a morte, com a ajuda de Saulo. Pedro era inimigo de Saulo.
Saulo de Tarso perseguia ferozmente os que acreditavam em Jesus. Provavelmente tinha planos para matar Pedro e os outros apóstolos. Era um ferrenho defensor do Judaísmo. Mas tudo começou a mudar quando viajava para Damasco, para matar mais seguidores de Cristo. Este lhe aparecera e lhe dera uma missão muito importante: testemunhar em favor de Jesus entre todos os povos, principalmente os pagãos. Depois de ser curado pela intercessão de Ananias, Bispo de Damasco, Paulo (assim quer ele ser chamado a partir de então) quis procurar Pedro para se juntar aos Apóstolos. Qual não deve ter sido a reação destes? Certamente acharam que tudo não passava de uma armadilha. Mas Paulo se mostra arrependido e convertido. Agora quer ser um trabalhador da vinha do Senhor.

O Cristianismo corria risco de virar uma simples seita do Judaísmo. Mas eis que Paulo mostra uma grande disposição e realiza o desejo de Cristo em levar o evangelho a toda criatura. No início houve um certo descontentamento por parte dos outros Apóstolos, uma vez que Paulo até batizava pagãos, algo impensável. Mas a vontade de Deus é que sua Palavra chegue a todos os povos, e foi isto que o Concílio de Jerusalém “determinou”. Israel, África, Ásia e Europa. O cristianismo estava em toda parte. Comunidades e comunidades eram criadas. Os Apóstolos as visitavam regularmente para confirmarem os Batismos feitos pelos presbíteros, o que é o Sacramento da Crisma hoje. E Paulo também fazia isto. Contudo, uma comunidade merecia mais atenção: Roma. A capital do Império, a maior cidade do mundo; o centro do poder. Mas quem se atreveria pregar uma religião diferente desse Império em sua própria capital? Paulo aceitou esse desafio, ou melhor, esse chamado do Senhor.

Paulo não teve medo de nada. Sabia ele que contava com a força do Senhor, e isto era só o que importava. A comunidade cristã de Roma já era grande apenas para Paulo. Então Pedro também vai pregar o Evangelho e sustentar os irmãos deste lugar. Pedro era e é a rocha sobre a qual Cristo construiu sua Igreja. Com a sua mudança para Roma, o Cristianismo também poderia crescer com maior facilidade, devido a importância desta cidade.
As dificuldades eram enormes em Roma. O paganismo, a luxúria de seus habitantes, os guardas e até um incêndio provocado pelo Imperador Nero, que culpou os cristãos foram terríveis obstáculos não só para estes dois apóstolos, como ara todos dessa comunidade. Mas não desistiam nunca. Amaram e falaram por Cisto até a morte. Paulo fora decapitado e Pedro crucificado de cabeça para baixo, pois achava indigno de morrer da mesma forma que Jesus. Mas, ao contrário do que pensava o Império, a morte destes dois não representou o fim do cristianismo, mas sim o contrário. Com as suas mortes, os cristãos se viram mais fortificados a continuar a missão destes dois.

Depois deste breve resumo sobre a vida destes grandes homens, fica mais fácil concluir porque são tão respeitados até hoje; pela coragem. O medo existia entre eles? Claro. Até Cristo em sua condição humana teve medo de morrer. Mas quem confia em Deus, pode tudo, principalmente vencer o medo. E eles confiaram. Confiaram pois tiveram a felicidade de saberem que “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8, 31). Então podemos pensar que somos míseros pecadores e imerecedores do amor de Cristo. Mas Deus nos ama e sempre está disposto a nos perdoar, assim como fizera com Pedro após ser negado três vezes pelo apóstolo. Se até Pedro, o Primeiro Papa, errou, quem somos nós para sermos perfeitos?
Não há salvação fora dos apóstolos. Só quem está em comunhão com eles (os Bispos hoje), principalmente com Pedro (o Papa), pode desfrutar um dia da plenitude eterna. E bom reafirmar: a força de Deus é a fraqueza, afinal inúmeros são os prodígios que Ele fez em um simples pescador e em um jovem vendedor de tendas. É por isso tudo que “toda a Igreja unida celebra a memória pascal do Cordeiro, Irmanada com Pedro e com Paulo, que seguiram a Cristo por primeiro!”.

João Carlos Resende

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