segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Preconceito ou pós-conceito??

Dizem que a Igreja tem preconceito contra os homossexuais, na verdade ela tem um pós-conceito, porque nós temos argumentos filosóficos, biológicos e teológicos que mostram como esse comportamento denigre a humanidade da pessoa.

Podemos usar o conceito aristotélico de ato e potência, que também foi usado por S. Tomás de Aquino em algumas questões: “Ato é o que a coisa é em si mesma e potência o que ela pode vir a ser”, por exemplo, uma porta de madeira é porta em ato e carvão em potência, mas a mesma porta é porta em ato mas NÃO PODE ser um anel de ouro em potência, ela pode se queimar e virar carvão mas não tem nenhuma possibilidade de virar um peça de ouro por qualquer processo.

Assim também é o ser humano, o homem é homem em ato e NÃO PODE ser uma mulher em potência, e vice-versa, a mulher NÃO PODE ser um homem em potência. Por causa do argumento biológico, eles tem características físicas e principalmente mentais para serem aquilo que eles são em ato, homem e mulher.

Ligamos o argumento biológico no teológico agora, as Sagradas Escrituras dizem que Deus criou homem e mulher, confirmou a sacralidade do matrimônio para eles se complementarem e sempre condenou os atos homossexuais.

Platão dizia: "Verdade conhecida, verdade obedecida", obedecer a verdade é um sinal de inteligência, logo ir contra a própria natureza não é liberdade, é um sinal de ignorância.

Só existe felicidade na medida em que somos de acordo com o que Deus É, com o jeito que Deus nos "pensou", nos criou. Então quem comete esses atos nunca vai chegar a plenitude do que podemos viver aqui na Terra, e o pior, com sérios riscos de perder a felicidade eterna. A Igreja não condena por condenar, mas pra alertar.

Preconceito é ter um conceito formado sem conhecer a fundo sobre algo, católico não tem preconceito e sim pós-conceito, então quem pensa que católico tem preconceito é que é preconceituoso.

Tiago Martins da Silva

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O que Deus fazia antes de criar o mundo?


Perguntam-me: "o que fazia Deus antes de criar o Céu e a Terra?", respondo-lhes: Nada.[1]
Essa perturbadora afirmação de Santo Agostinho em suas Confissões só é bem entendida se lida no contexto geral de sua obra, mas nos dá uma grande pista de como entender um pouco melhor o insondável mistério da Santíssima Trindade.
Santo Agostinho complementa: "Meu Deus, que sois o Criador de tudo, o que foi criado. Se pelo nome de "céu e terra" se compreendem todas as criaturas, não temo afirmar que antes de criardes o céu e a terra não fazíeis coisa alguma. Pois se tivésseis feito alguma coisa, que poderia ser senão criatura vossa?" [2]
Para se fazer algo é preciso de uma matéria e um tempo, a matéria inicial é mutável pois passa de um estágio anterior para um posterior e o processo leva um certo tempo, essa mutabilidade e temporalidade não pode ser aplicada a Deus porque ele é imutável e eterno, Deus não tem passado ou futuro, ele simplesmente É, "Eu Sou Aquele É" (Ex. 3,14), por isso o verbo fazer não pode ser aplicado a Deus na questão da criação, por isso Ele não "fazia" nada, Deus criou o Universo sem precisar de uma matéria inicial, pois ele pode criar qualquer coisa do nada, ex-nihilo.
Passada a introdução, onde isso se encaixa com o mistério da Trindade? É evidente que existimos e que não existimos por nós mesmos, que não podemos criar nada, logo, é por infinita bondade de Deus que existimos. Deus nos criou, mas nos criou no tempo, pois só Ele é eterno, e a criatura não poderia ser co-eterna, mas Deus por ser imutável e puro Amor, dá-Se por inteiro, e Ele quiz que participássemos de Sua eternidade, quiz nos tirar de uma situação ruim para a glória absoluta, e o ato de tirar de uma situação ruim para uma boa é salvar. Sendo livre, Deus também nos criou livres para querer ou não a salvação, e nos deixou formas para sermos atraídos a Ele, pelo nosso intelecto e nossa vontade, que são as qualidades que nos separam dos animais irracionais, sendo Deus o Santo dos Santos ele nos atrai nos santificando, ele nos inspira desejos de verdade, beleza e bondade pois Ele é a Verdade Absoluta, a Suma Beleza e o Sumo Bem, "Meu coração anda inquieto enquanto não repousa em Ti".[3]
Resumindo então, Deus cria pra salvar e salva santificando, vemos aí um pouco melhor, o insondável mistério da Trindade: Deus Pai Criador, Deus Filho Salvador e Deus Espírito Santo Santificador.
A melhor definição de amor que já ouvi é de nosso Santo Padre, o Papa Bento XVl: "Amor é dar aos outros o que é seu".[4]
E nessa frase vemos o infinito Amor de Deus, Ele nos deu algo que só ele tem por si mesmo, a existência.


Referências
[1], [2] e [3] Confissões, Santo Agostinho.

[4] Encíclica Caritatas in Veritate, Papa Bento XVl

Tiago Martins da Silva

Contemplando a Virgem do Perpétuo Socorro


Muitas vezes, ao contemplar o ícone da Virgem do Perpétuo Socorro, me perdi no tempo que nunca para. Como é gratificante olhar para aquela imagem ortodoxa e ver aquele olhar sereno e calmo de tão terníssima mãe acudindo o filho pequeno de seu medo, ao ver os Anjos com os instrumentos de sua Paixão e Morte anos mais tarde. Olhar aquela estrela estampada em sua testa nos recorda que Maria é a estrela que nos leva a Deus. A sandália caindo do pé de Jesus nos ensina que até Deus faz uso da humildade, o que sempre nos falta devido ao egoísmo acumulado em nossos duros corações. Aquela mãe singela segurando a criança ensina que a querida Mãe do Céu é o melhor apoio para nossas vidas.
Que graça seria se em Deus puséssemos nossa confiança e aceitássemos verdadeiramente a Virgem Maria por advogada, defensora e guia nossa. Que graça seria se todas as vezes que as dificuldades aparecerem rezássemos uma Ave-Maria em vez de pronunciar tantas ofensas ao nosso Pai. Que graça seria se tivéssemos a boca tão pequena como a de Maria. Que graça seria se apenas nos perdessemos no tempo contemplando a Santa Mãe de Deus...

João Carlos Resende
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