terça-feira, 26 de março de 2013

Entendendo o amor - 5ª Parte


por Pe. Thomas Morrow 


Transcrição: Blog Mater Dei

Eros
            O quarto dos quatro amores é o eros ou paixão. Significa gostar muito, estar contente com alguém ou com alguma coisa. Às vezes, empregamos a palavra “gostar” para descrever os nossos sentimentos sobre um computador novo, um carrou um uma casa nova. “Gosto!” Na realidade, o que significa é que gostamos, mas não o suficiente para exclamar: “Gostei muitíssimo!” Em inglês, “love” - I love it” - chegou a ser superlativo de “like” - I like it -.
            No namoro, enamorar-se significa encaprichar-se: é uma atração emocional que parece incontrolável, embora não o seja. O papa João Paulo II sublinha-o nas suas palestras sobre a Teologia do Corpo: “Segundo Platão, eros representa a força interior que atrai o homem para todo o bem verdade e beleza...” [1] Assim, no nosso contexto, significa desejar profundamente o bem, a verdade e a beleza do outro. Este é os sentimento mais forte de atração, quase uma experiência mística: é estar “enamorado”.
            Ao contrário do que Freud ensinou erradamente, eros não é um mero desejo sexual, ainda que inclua a atração sexual. Diz respeito primordial à pessoa. Deseja-se possuir o conjunto da pessoa, não somente o corpo: neste sentido, é muito mais poderoso que a atração sexual.
            Qual é o propósito deste amor? O mais provável é que seja como um catalisador do matrimônio, que ajuda os namorados a vencer as dúvidas que pode suscitar o compromisso de um casamento para toda a vida.
            Com efeito, é provavelmente o primeiro aliciante para que as pessoas se casem, ainda que, como demonstram uma e outra vez os apaixonados de Hollywood, não seja o primeiro ingrediente para o êxito de um casamento. Lembro-me de ter ouvido uma atriz, de uns sessenta anos, dizer na televisão acerca do seu quarto casamento: – “Este é o meu autêntico amor. Este casamento durará porque o nosso amor é real”. Poucos anos depois, também este casamento tinha chegado ao fim...
            C.S. Lewis insiste num ponto que deveríamos ter bem presente: se você faz faz do eros um deus, este se converterá num demônio e destruí-lo-á. Eros é uma coisa maravilhosa, admirável, mas é finita; não é Deus. Imita a Deus na medida em que está muito acima de outros prazeres da terra: parece ser um deus, mas não o é. Só Deus é infinito, eterno, Eros não.
            Se você souber como é finito esse amor que imita a divindade, e compreender que não é forçoso entregar-se a ele, evitará muitas desgraças. Mas se entender o seu sentido e o compartilhar com seu cônjuge, será muito doce.
            Em qualquer relação, a paixão debilita-se invariavelmente, e isso por dois motivos. Primeiro, porque está chamada a crescer com o mistério, e o mistério desvanece com a habituação. Segundo, porque, enquanto amor humano, é limitada e tem de ser alimentada e sustentada pelo amor divino.  Se não está divinizada, morrerá como morre tudo que é meramente humano.
            Como se pode mantê-la viva – ainda que não como no dia do casamento – ao longo da vida conjugal? Em primeiro lugar, crescendo em graça e sabedoria, quer dizer, preservando certo mistério na relação. Segundo, pondo em prática o amor divino (ágape). É assim que a paixão, boa em si mesma, pode manter-se viva e a relação conservar um certo fascínio.
            A paixão pode exprimir-se por meio de palavras - “Estou apaixonado por você” - ou de atos. Mas que atos? Atos apaixonados para sentimentos apaixonados? Se aplicarmos este raciocínio a outros sentimentos, seriam necessários atos coléricos a outros sentimentos coléricos (por exemplo, atirando contra a parede uma ou das cadeiras, ou estilhaçando-os os vidros de umas quantas janelas), ou atos de ciúmes para sentimentos ciumentos (talvez um soco na boca). Naturalmente, os sentimentos devem ser manifestados, mas de um modo construtivo e sensato.
            Os atos apaixonados e a sua consequência natural – a relação sexual – são algo muito mais profundo que um sentimento. Simbolizam entrega, exclusividade, uma doação total, um amor tão rico que deseje dar lugar a uma nova vida com a qual compartilhar o amor.
            A manifestação física mais honesta da paixão é o carinho romântico. O modo de acariciar-se, de abraçar-se, de beijar-se, exprime uma pura gratidão e um deleite com a felicidade do outro, que me deu semelhante felicidade. Este é o modo cristão de exprimir o eros, despojado do egoísmo que mata o amor e divinizado pelo amor divino. E esta manifestação do eros, por estar divinizada, fará com que perdure.
            Na Eucaristia, vemos realizada a promessa contida no impulso natural da paixão: a de consumir o amado. Ao recebermos a Eucaristia, consumimos nosso Deus como Ele nos consome mais mais dentro da sua vida da graça, enquanto sinal de amor consumado que nos espera no seu Reino. A paixão é, pois, um sinal de fogo irreprimível com todo que todo o nosso ser arderá ante a mera visão de Deus.
            Por certo, a palavra eros não aparece no Novo Testamento, mas no Cântico do Cânticos, do Antigo Testamento. É a história do amor apaixonado entre Deus e o seu povo:

“Tu me fazes delirar, minha irmã, minha esposa, tu me fazes delirar com um só dos teus olhares, com um só colar do teu pescoço.
Como são deliciosas as tuas carícias, minha irmã, minha esposa! Mais deliciosos que o vinho são teus amores, e o odor dos teus perfumes excede o de todos os aromas!
Teus lábios, ó esposa, destilam o mel; há mel e leite sob a tua língua. O perfume de tuas vestes é como o perfume do Líbano.
És um jardim fechado, minha irmã, minha esposa, uma nascente fechada, uma fonte selada.
Teus rebentos são como um bosque de romãs com frutos deliciosos; com ligústica e nardo.”    Cântico dos Cânticos 4,9-13

            Como costumava dizer Fulton J.Sheen, “os homens prometem o que só Deus pode dar. E toda mulher promete o que só Deus pode dar”. Só quando uma pessoa compreende isto poderá fruir do eros sem converter-se em seu escravos.
            E, além disso, todos podemos conceber no coração um amor apaixonado por Deus aqui na terra. Ainda que seja uma ideia alheia à maioria dos cristãos, Santo Agostinho exprimia-se assim: “Tarde te amei, formosura tão antiga e tão nova, tarde te amei. Acontece que Tu estavas dentro de mim e eu fora. Andava á tua procura por fora e, como um monstro de fealdade, lançava-me sobre a beleza das criaturas. Tu estavas comigo, mas eu não estava contigo. Mantinham-me prisioneiro longe de ti aquelas coisas que, se não existissem em Ti, não existiriam. Chamaste-me, gritaste-me e rompeste a minha surdez. Relampejaste, resplandeceste e o teu resplendor dissipou a minha cegueira. Exalaste os teus perfumes, respirei fundo e suspiro por Ti. Saboreei-te, e morro de fome e sede. Tocaste-me, e ardo de desejos da tua paz.” [2]

Em resumo
            Cada um dos quatro tipos de amor tem o seu lugar nas nossas vidas. Os quatro são bons no lugar adequado. Só o amor ágape é divino e vivifica todos os outros. Os três amores humanos murcham e morrem no egoísmo se não estão animados pelo amor divino. Se, pela graça, o amor ágape se converte no tema dominante da vida, acontecem duas coisas. Em primeiro lugar, será capaz de unir-se a Deus e com os outros no amor. Nenhum prazer da terra poderá superar essas boas relações. Nenhuma outra coisa nos proporcionará essa felicidade perene, no namoro, no casamento ou no Céu.


Estes números referem-se as notas de roda-pé do livro:

[1] João Paulo II, Bem-aventurados os puros de coração. Isto opõe-se a ideia atual, de conotação freudiana, de que o amor não passa de mera atração sexual.

[2] Santo Agostinho, Confissões, 10,38

Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado” – Ed. Quadrante

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Entendendo o amor - 2ª Parte


por Pe. Thomas Morrow

Transcrição: Blog Mater Dei

Amor conjugal ou de eleição
            É uma das espécies de ágape. A forma agapao costuma ser usada ocasionalmente no Novo Testamento para referir-se a uma opção. Cristo disse: Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um desprezará o outro (Mt 6,24). Quer dizer, será preciso escolher entre um outro. Assim, há um amor que poderia chamar-se “amor de eleição” ou “ágape de eleição”. Este amor que devemos a Deus, porque Ele nos fez escolhê-lo acima de qualquer outro deus que pudéssemos fabricar. O amor a Deus deve ter quatro características:
-        perenidade: deve ser compromisso eterno;
-        exclusividade: não amaremos outra pessoa como amaremos a Deus, isto é, com todo o coração, toda a alma e toda a  mente;
-        publicidade: deveremos dar testemunho desse amor aos outros;
-        fecundidade: deverá dar fruto pela nossa participação na vida de Deus, na vida da graça.
           
            Ainda que este amor de eleição seja ímpar, o amor conjugal reflete essas quatros características como um espelho. Perenidade: deve ser uma entrega para toda a vida; exclusividade: cada um tem um só cônjuge; publicidade: os casais devem casar-se em cerimônia pública e dar a conhecer o seu compromisso vivendo-o diante dos outros; e fecundidade, no sentido de que se propõe gerar novas vidas [1]. O amor conjugal simboliza, pois, perante o mundo, o amor entre uma pessoa e Deus, que é também um amor esponsal [2].
            Embora o ágape conjugal ou de eleição possa exprimir-se por qualquer das maneiras em que o faz o ágape, há um modo particular de manifestá-lo: a comunhão dos corpos. Na relação com Deus, opera-se mediante a recepção da Eucaristia [3]. No caso dos esposos, através da relações conjugais.
            A intimidade sexual é o sinal físico, sagrado, do ágape conjugal do matrimônio e, como tal, possui as mesmas quatro características indicadas acima:

-        perenidade: o ato sexual pede os gritos um amanhã, isto é, exige que se realize no âmbito do compromisso matrimonial, por toda a vida, pois caso contrário reduz-se a um ato vazio, que produz apenas sentimentos de tristeza e asco.
-        exclusividade: nenhuma pessoa realmente apaixonada se sentiria à vontade se viesse a ter outro companheiro ou companheira de sexo.
-        publicidade: ainda que não se pratique o ato conjugal em público (graças a Deus), o marido e a esposa não escondem que dormem juntos.
-        fecundidade: o ato, pela sua própria natureza, está ordenado para a procriação de uma nova vida. Os filhos são o fruto do amor conjugal e dão testemunho desse amor por toda a eternidade.
           
            Por que há tanto prazer no sexo? A razão mais óbvia é porque estimula a propagação da raça humana. No entanto, esta não pode ser a única razão, já que o ato sexual e o prazer que o acompanha são bons e lícitos também durante as épocas em que a procriação é impossível (após a menopausa, durante os períodos inférteis ou no caso da esterilidade, por exemplo).
            Portanto, eu acrescentaria que o prazer sexual deve ser entendido também como um estímulo para a entrega e conservação do amor conjugal. O Concílio Vaticano II ensinou “que este [conjugal] exprime-se e aperfeiçoa-se singularmente mediante a ação própria do matrimônio. Por isso, os atos com que os esposos se unem íntima e castamente são honestos e dignos, e, quando praticados de maneira verdadeiramente humana, significam e favorecem o dom recíproco com que os dois se enriquecem mutuamente num clima de gozosa gratidão”. [4]
            A intimidade conjugal, pois, simboliza e favorece a amorosa e contínua entrega conjugal do marido e da mulher.
            A união sexual é culminância e fonte. É a culminância do compromisso da amorosa  entrega conjugal, e fonte de alento para conservar essa entrega.


Estes números indicam as notas de roda-pé do livro:

[1] Na Humanae Vitae, o Papa Paulo VI fala de determinadas características do amor conjugal: humano, pleno, fiel, exclusivo até a morte, e fecundo. Eu acrescento público, pois parece indicado neste estudo.

[2] Como está escrito em Is 62, 4-6

[3] A Eucaristia é evidentemente o coroamento do compromisso de amar a Deus sobre todas as coisas, e uma fonte de graças para manter este compromisso. Christopher West propõe uma analogia similar em Good News about Sex and Marriage: Answers tou Your Honest Questions About Catholic Teaching (“Boas notícias acerca do sexo e do casamento: respostas as suas perguntas honestas sobre o ensinamento católico”, Charis Books, Atlanta, 2000, 191 págs.): “Onde nos fazemos uma só carne com Cristo? Essencialmente na Eucaristia. A Eucaristia é a consumação sacramental do matrimônio entre Cristo e a Igreja. E quando recebemos e o corpo do Esposo celestial no nosso interior, concebemos tal como uma esposa, uma vida nova em nós: a autêntica vida de Deus”.

[4] Gaudium est Spes, 49.

Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado” – Ed. Quadrante

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Entendendo o amor - 3ª Parte


por Pe. Thomas Morrow


Transcrição: Blog Mater Dei

Amizade (Philía)
            Como define C.S. Lewis, a amizade (philía) é essencialmente uma relação baseada  na participação num interesse comum. Se duas pessoas compartilharem a mesma fé, as mesmas ideias relativas ao bem da sociedade, o mesmo gosto pela música, diversões, esportes ou interesses intelectuais, certamente haverão de sentir-se felizes passando o tempo juntas. Lewis diz com todo o acerto que, enquanto o eros é “um de frente para o outro”, a amizade é “um do lado do outro.” É preferível compartilhá-la com várias pessoas porque – explica ainda Lewis – há aspectos de Douglas que só John ou Don percebem; e Douglas descobre coisas em Don que John não capta. A phília pode ser cultivada ou pode  surgir espontaneamente. Além disso, pode dar-se entre pessoas de qualquer idade ou sexo.
            A chave para uma amizade duradoura é a moderação. Se colhemos uma flor com demasiada força, esmagamo-la, e se a abandonamos durante demasiado tempo, murcha. Devemos conservar os nossos amigos, mas não sufocá-los.
            Algumas amizades se desvanecem porque as pessoas mudam e seguem caminhos diferentes. Não é caso para nos lamentarmos, e sim para recordar esses amigos com simpatia e gratidão. Mas quando uma amizade aumenta e amadurece como o bom vinho, deve ser entesourada.
          
  Geralmente, os amigos contribuem para a mútua relação na mesma medida. No entanto, há ocasiões em que um ou outro podem ser incapazes de dar o mesmo. Neste caso, deve-se fazer presente o ágape, esse amor de doação que é o suporte de todos os amores. Um amigo está à disposição do seu amigo/a em caso de necessidade. Durante esse tempo, essa pessoa recebe do amigo mais do que a mera convicção de que a relação ultrapassa uma simples oportunidade de negócios. Assim, se converte numa imagem da nossa amizade com Deus.
            Santo Agostinho sustenta que a amizade é o mais elevado dos amores humanos. Que espécie de amor humano dever ser a mais importante no matrimônio? Aquela que leva a compartilhar a mesma fé, a mesma educação, os mesmos valores, as mesmas diversões, os mesmos gostos... É sobre essa base que se edifica um bom casamento, e sem ela pode fracassar. Que ele receba aulas de dança porque ela gosta de dançar, que ela acompanhe as notícias sobre o futebol porque ele gosta desse jogo – são modos de construir uma amizade pelo bem da doação amorosa na vida conjugal.
            Isto não significa que as pessoas casadas não possam fazer coisas separadamente, sem o esposa/a, mas, para reforçar os laços de amizade, deve haver muitas que realizem juntos.
            A amizade manifesta-se participando dos sentimentos do outro, da alegria que acompanha os êxitos, e se a amizade for profunda, da dor causada pelos fracassos. Isto envolve riscos e mesmo feridas, mas esse é o preço que merece uma verdadeira amizade.
            Num casal, a amizade deve ser profunda e cheia de confiança mútua, porque só assim se chega a descobrir o que se tem em comum e a compartilhar os pensamentos mais íntimos, os sentimentos, esperanças e temores.
         
   Quando o cônjuge fala de coisas íntimas, o marido ou a mulher devem interessar-se pelo que diz. Se você abre o seu coração e ouve por única resposta: – “Onde vamos jantar amanhã?”, já sabe que existe algum problema: as palavras não fluem porque há algum tipo de rejeição. Cada qual deve respeitar e querer apoiar o outro. Como observa Neil Warren, quando se compartilham as coisas, há sempre atenção esmerada e uma autêntica franqueza.
            É por isso que os que têm os seus momentos de oração diária, os que se sentem bem com o silêncio e não precisam de ter continuamente ligados o rádio ou a televisão, os que leem – também livros de espiritualidade -, todos eles costumam estar melhor preparados para a intimidade do que aqueles que não o fazem. Este é mais um motivo para que a religião seja tão importante num futuro cônjuge. A religião – a prática da religião – ajuda a preparar as pessoas para a futura intimidade.
        
    Essa intimidade vê-se facilitada quando os dois se encontram sós num ambiente adequado – a um restaurante tranquilo ou um longo passeio na praia. Há também épocas de crise ou sensação de vazio que se prestam a uma conversa íntima. Os casais que tenham compartilhado as suas falhas e lutas alcançarão uma relação mais íntima que os que não tenham feito. Os namorados devem lançar as bases dessa amizade íntima antes de pensarem em casamento.
            Entre outras coisas mais importantes que um casal compartilha, encontra-se a educação dos filhos, e essa tarefa favorece sem dúvidas a amizade entre os cônjuges. Os filhos não devem ser considerados um obstáculo ao amor dos pais, mas um fortalecimento. É por isso que os casais não devem adiar o nascimento dos filhos, levados pelo argumento que é preciso “darmos um tempo para nos conhecermos melhor”, pois isso, no fundo, costuma significar “tempo para gozarmos da companhia mútua sem obstáculos”. Os filhos estimulam os pais a esse ágape de doação que é a fonte de toda a felicidade, e também á amizade, o maior dos amores humanos, como vimos. O amor que, sem uma razão importante, protela a vinda dos filhos, ainda que seja por pouco tempo, faz crescer o egoísmo, e nessa mesma medida se autodestrói.
            Alguns dos melhores casamentos começam pela amizade, não pelo namoro. Como afirma Joshua Harris em Boy Meets Girl [1], são muitos os jovens que optam por cultivar uma amizade com alguém de que gostam. Depois, se a amizade prospera, propõe o namoro. É um grande meio de evitar a tremenda pressão que exercem as saídas noturnas; essas saídas, atualmente, são mais uma preparação para o divórcio do que para o casamento [2].
            Que maravilhosa é a amizade! Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro [...]. Um amigo fiel é remédio de vida e imortalidade; quem teme o Senhor achará esse amigo (Ecli 6, 14-16)

Estes números correspondem a notas de rodapé no livro

[1] Joshua Harris, Boys Meets Girls: Say Hello to Courtship, Multnomah Books, Colorado Springs, Colorado, 2000. 240 págs.

[2] Ver Connie Marshner, “Contemporany Dating as Serial Monogamy” (O Namoro moderno como monogamia em série”), Homiletu and Pastoral Review, out. 1998, pág.18)

Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado” – Ed. Quadrante

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Entendendo o amor - 4ª Parte

por Pe. Thomas Morrow

Transcrição: Blog Mater Dei

Afeto (storgé)
            O afeto é designado às vezes como amor familiar, porque surge geralmente entre os membros da família. Mas também é da maior importância durante o namoro. É o carinho terno e delicado por alguém.
            O afeto entre um homem e uma mulher manifesta-se de muitos modos: um abraço, um leve beijo nos lábios [*], no rosto ou na testa; um sorriso carinhoso; um breve toque no braço, na mão ou no cabelo. Parece que o afeto saudável, desinteressado e casto, está em falta no nosso ambiente supersexualizado. Muitos perderam a arte do carinho.
            Todos temos necessidade de afeto, de um olhar carinhoso, de uma palavra cálida. É o carinho que existe entre pai e filho, entre uma mulher e o seu marido, entre uma moça e sua melhor amiga. Um gesto afetuoso no lugar adequado, no momento oportuno, é um belo modo de comunicar o amor, ás vezes o único.
            Anos atrás, Ann Landers fez uma pesquisa entre as suas leitoras casadas, perguntaram-lhes se preferiam ser acariciadas a ter relações sexuais. Cerca de 70% disseram preferir as carícias. Não acho que fosse por não gostarem de praticar sexo, mas por haver muito tempo que ninguém as abraçava.
            Muitas mulheres casadas costumam dizer que tudo o que os maridos querem é ter relações sexuais. Quando lhes pergunto se fizeram sexo antes do casamento, a inevitável resposta é “sim”. Essa é a raiz do problema. São casais que nunca desenvolveram o costume de compartilhar o carinho juntos. Quando um homem se deitou com a esposa antes do casamento, costuma considerar os beijos e as carícias como uma mera introdução ao ato sexual. As mulheres devem fazer com que o marido compreenda a importância do carinho. Marido e mulher devem ser capazes de acariciar-se, de abraçar-se, de beijar e ser beijados sem que seja o prelúdio de um ato sexual. O carinho é uma linguagem importante do amor, uma linguagem que se deve aprender bem durante o namoro.    
            Quando se fala de castidade num contexto religioso, é freqüente que mal se mencionem as manifestações de afeto. É por isso que os jovens estão confusos, e com toda razão, sobre o que é aceitável e o que não é. Costumamos falar do que não se deve fazer, sem propor o que o que se deve fazer.
            
Um jovem de uns trinta anos procurou-me depois de um dos nossos seminários sobre “O namoro cristão num mundo supersexualizado” e perguntou-me: “- Muito bem, como deveria então despedir-me da minha namorada?”
            Respondi-lhe: “Bem, você poderia passar a mão pelo seu rosto, aproximar-se dela muito devagar e beijá-la suavemente. Uma vez. Duas. Depois, dar-lhe um grande abraço, lento, apertando a sua face contra a dela como modo de manifestar os seus ternos sentimentos por ela. A seguir, talvez possa dizer algo como: < Por fim, desejar-lhe uma boa noite e beijá-la mais uma vez, lenta e carinhosamente, como se temesse quebrá-la se não tomar cuidado”.
-- “É, não parece má idéia, padre”. Ele respondeu.
Existe carinho mais romântico que o de um beijo de despedida ou de saudação? De modo algum. Se um rapaz e uma moça já saem há algum tempo, ele, quando chega para levá-la a passeio, deveria dar-lhe um abraço e um beijo breve, mas terno, na face. Enquanto caminham, deveria beijar-lhe a mão de vez em quando, tocar-lhe o rosto ou a mão em algum momento. Algumas vezes, deveria passar-lhe o braço por cima do ombro ou acariciar-lhe o cabelo. Os abraços pausados, carinhosos, são atos que simbolizam poderosamente a união.
A moça deveria ser capaz de mostrar também ao rapaz o seu carinho, especialmente se ele lhe deu motivos para confiar no seu amor por ela. Poderia apoiar a cabeça no ombro dele enquanto vêem um filme, ou tocar-lhe suavemente a mão, ou beijá-lo carinhosamente na face. Outra possibilidade, quando passeiam juntos, seria tomar-lhe a mão pô-la ao redor de sua cintura, inclinando-se ligeiramente para ele.
Este deveria ser o limite das expressões físicas de amor no namoro. Imagine como seria saudável, espiritual e psicologicamente, se fosse esta a norma nos modos de manifestar o carinho.
Lembre-se: manifestar o afeto aos poucos costuma ser o modo de dar, respeitar e servir a pessoa amada. Apressar-se ou acariciar com maior intensidade costuma ser sinal de desejo, de autocomplacência e de egoísmo.

Liberdade na moderação
            Pois bem, para alguns isto supões um grande retrocesso. Mas é o único caminho realmente sadio. O problema está em que no nosso mundo ocidental adotamos uma atitude hedonista com relação ao prazer: “Se para mim é agradável, devo empanturrar-me disto.” Atualmente, quando alguma coisa nos dá prazer, tendemos a possuía-la até fartar-nos. Se gostamos de esquiar, convertemo-nos em esquiadores compulsivos. Se gostamos de tênis, viciamo-nos no tênis. Se nos dá prazer beijar, acabamos em deitar-nos juntos.
            Não é esse o caminho cristão. A proposta cristã sobre o prazer consiste em desfrutar dele durante o momento e depois esquecê-lo, gozar de algo sem nos aferrarmos a isso. Dito de outro modo, não desejar coisa ou pessoa alguma (a não ser o próprio Deus), a ponto de não podermos ser felizes sem ela. São Francisco encontrava-se com Santa Clara somente uma vez por ano: alegrava-se tanto com essa amizade que não queria que a sua felicidade dependesse dela.
            É uma bênção desfrutar dos pequenos prazeres da vida vendo neles um vislumbre da felicidade do Céu, sem ser escravo deles, mesmo em pequena medida. Ou seja, o autêntico cristão pode saborear pequenos prazeres na comida, na bebida ou num beijo de despedida, sem insistir em receber mais. Não é este mundo que alcançamos a nossa plenitude, mas no que há de vir. [1]
            Qualquer que seja o ponto em que você coloque o patamar de sua satisfação – um abraço, um beijo ardente e casto, uma relação sexual -, ficará sempre insatisfeito. Por que? Porque os nossos desejos são infinitos e, se procurarmos realizá-los por meio de coisas finitas, nunca chegarão a satisfazer-nos. Quanto mais cedermos aos nossos apetites – por comidas exóticas, por licores ou por sexo -, mais pedágio nos exigirão. Se pusermos a fronteira dos nossos prazeres num nível lícito, a satisfação será psicologicamente tão grande como a de quem a coloca num nível hedonista. Além disso, libertar-nos-á para nos entregarmos ao amor desinteressado (ágape), sem vivermos escravizados pelas nossas paixões e sem usarmos os outros para satisfazê-las.
            Mulheres, digam aos homens o que lhes agrada e o que não. Se eles forem inteligentes, corresponderão. Pedir ao homem o que agrada a você não é manipula-lo; é ensinar-lhe como deve tratá-la. Só seria manipulação se você pretendesse que ele fizesse algo que não deseja fazer. E se não quer tratá-la como você deseja? Diga-lhe adeus!
            Muitos namorados não chegam a alcançar a intimidade durante o namoro. Estão demasiados ocupados em beijar-se e abraçar-se (entre outras coisas), quando deveriam falar dos profundos sentimentos que lhe dominam o coração.

 Adiar os beijos [**] até o casamento?

*Nota do blog para [*] e [**]: O autor se refere a beijos de afeto, como beijos no rosto e na testa e não a beijos íntimos (vulgarmente chamados de “beijos de língua”), este segundo, como foi demonstrado em outras partes do livro é um tipo de beijo reservado somente aos casados pois é um prelúdio a relação sexual, portanto os namorados não devem chegar a este tipo de intimidade, nesta parte do texto é mostrado como os beijos de afeto ajudam a harmonia do casal. Veja o que o Pe. Thomas Morrow diz a respeito neste link: “Sobre os beijos no tempo de namoro

Que dizer de pessoas como Joshua Harris, que decidiu não beijar a noiva antes de estarem casados? Ou de Elisabeth Elliot e Steve Word, que deram o primeiro beijo quando o namoro chegou ao compromisso? Essas atitudes são o melhor caminho?
Posso compreender o motivo de semelhantes decisões, já que muitas coisas boas como o carinho, foram sexualizadas e exploradas. Mas penso que são atitudes exageradas. É necessário reabilitar o afeto e colocá-lo em seu lugar, purificado de conotações sexuais. O carinho puro e nobre é algo maravilhoso. Quando uns namorados adiam os beijos, mesmo os mais inocentes, até o casamento ou o noivado, podem querer dizer implicitamente que as demonstrações de afeto não passam de uma forma moderada de exploração sexual. Não o são. São uma maravilhosa expressão de amor e satisfazem uma necessidade humana.
O que acontece com as expressões de carinho em público? Aconselho que sejam muito poucas e só nos lugares oportunos: passear de mãos dadas, beijos breves de saudação ou de despedida, um abraço no aeroporto, pegar na mão durante um jantar. Mas as carícias insistentes e os beijos repetidos pedem intimidade, privacidade. Comportar-se educadamente tem por objetivo, antes de mais nada, não incomodar os outros. Não há quem não se sinta realmente incomodado quando vê que um homem e uma mulher são incapazes de afastar as mãos um do outro.
O carinho, como escreveu Karol Wojtyla em Amor e Responsabilidade, não tem por objetivo o prazer, mas a "sensação de proximidade". Compartilhar o carinho "tem o poder de livrar o amor dos diversos perigos implícitos no egoísmo dos sentidos..." "Desde que seja submetido a um profundo controle pessoal, o afeto é um importante elemento do amor".
            Por vezes, uma pessoa descobre que o seu noivo/a está pouco preparado para exteriorizar o seu afeto; custa-lhe abraçar ou acariciar. Outras vezes, essa reticência deve-se ao medo da proximidade sexual, como conseqüência da nossa cultura impregnada de sexo. Ou talvez possa ter origem em ele/a provém de uma família em que as manifestações externas de afeto eram raras. Em qualquer dos casos, eu recomendaria que se encarasse este tema com delicadeza e tato, e se promovesse o hábito de compartilhar um carinho casto. Isto é coisa que se pode aprender, mas pouco a pouco, sem pressão externa.
            Outra causa de timidez nesta matéria pode ser o bloqueio psicológico causado por uma má experiência anterior. Neste caso, para seu próprio bem e da futura família, a pessoa deveria procurar um especialista, se possível cristão, para que a ajudasse a chegar à raiz do problema.
            Não resta dúvida de que o ambiente cultural influi nos modos de manifestar o carinho. Em geral, os latinos, os filipinos e alguns europeus orientais sentem-se bem beijando e abraçando a família e os amigos. Isto não significa que os namorados de outros lugares se satisfaçam com um afeto mínimo. Muitos estudos afirmam que as demonstrações físicas são uma terapia para qualquer pessoa, independente da nacionalidade. [2]

Estes números indicam as notas de roda-pé do livro:

[1] No Céu, como Deus Pai explicava a Santa Catarina de Sena, “a alma sempre Me deseja [a Deus] e Me ama, e não Me deseja em vão: se tem fome, sacia-se, e, saciada, sente fome. Mas estão longe dela o cansaço da saciedade e o sofrimento da fome.” (Santa Catarina de Sena, O Diálogo)

 [2] Com respeito ao carinho com os filhos, Gary Smalley afirma no seu livro The Blessing (A bênção, escrito em coautoria com Jonh Trent, Thomas Nelson, Nashville, Tenesse, 2004, 272 págs) que “uma carícia efusiva pode evitar que uma criança satisfaça essa necessidade em lugares errados”. O próprio Jesus fez as crianças aproximarem-se Dele, e as abraçou e as abençoou impondo-lhes as mãos (Mc 10, 16). João Paulo II chega a afirmar que as crianças tem um “direito especial ao carinho”. Smalley defende também que uma carícia traz benefícios psicológicos, diminui a pressão sanguínea e pode acrescentar dois anos a vida do marido.
            Muitos pais deixam de abraçar ou de beijar suas filhas quando chegam a adolescência. Talvez se deva que, como as filhas vão se tornando mulheres, pensem que não convém dar-lhes demasiadas provas de carinho. Enganam-se: um bom abraço de um pai à sua filha, um abraço casto diz tudo sobre ele. Os psicólogos que estudaram as tristes conseqüências dessas omissões coincidem em aconselhar encarecidamente aos pais que voltem atrás.

Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado” – Ed. Quadrante

Leia as outras partes deste texto acessando-as nestes link’s: Parte 1,Parte 2, Parte 3, Parte 5

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Entendendo o amor


por Pe. Thomas Morrow

Transcrição: Blog Mater Dei

No meu último ano de teologia no seminário, assisti uma aula chamada “Seminário inter-seminário”, em que estavam presentes outros estudantes de seminários próximos. Tratava-se de estudar os diferentes pontos de vista teológicos sobre a nossa fé. Nunca esquecerei o dia em que o tema era o amor e um seminarista afirmou que não era possível que Deus nos mandasse amar [1], pois o amor é um sentimento e não pode ser programado: tem que chegar. No seu atrevimento, negava a validade da Sagrada Escritura e cometia um grave erro acerca de dois grandes mandamentos de Cristo, confundindo amor com sentimento. O amor de que Jesus fala é uma amor desejado, não o amor que se sente. Felizmente, eu tinha lido recentemente Os quatro amores, de C.S. Lewis.
            Descobri nessa altura a confusão que as pessoas de língua inglesa (*e também de outras línguas) faziam neste campo. Observei a mesma confusão no dia em que uma paroquiana me disse que já não amava o seu marido. Perguntei-lhe se a preocupava o bem dele e respondeu-me que sim, sem dúvida.
-        “Então você o ama – disse-lhe -. Esse é o amor que você lhe prometeu no dia do seu casamento, não um sentimento romântico. Dizer-lhe isto é o primeiro modo de manifestá-lo”.
-        “Há muito tempo que não lhe digo que o amo”, admitiu ela.
-        “Bem, e não acha que deveria fazê-lo? Afinal de contas, você prometeu amá-lo durante toda a sua vida”.
-        “Não sei se serei capaz de fazê-lo agora”, respondeu-me.
            Via-se que o marido a tinha feito sofrer durante muito tempo e que ela preferia esperar a que o sentimento do amor retornasse. Mas é curioso observar que muitos casais se voltam a amar-se quando o exprimem em palavras, que só então o relacionamento se normaliza.
            Para compreendermos o namoro cristão, comecemos por eliminar a indefinição com que o idioma inglês (*e também em outras línguas) se refere aos significados da palavra amor. Em grego, há quatro palavras para referi-los:
-        ágape, que se costuma traduzir por “amor divino” porque exprime o amor sacrificial de Deus pela humanidade;
-        philía, que diz respeito a amizade e é chamada algumas vezes “amor fraterno”;
-        storgé, que se traduz por afeto e se costuma chamar amor familiar;
-        eros, a quarta, que é o amor passional, entre um homem e uma mulher.
           
            Como disse atrás, C.S. Lewis escreveu um livro em que dá uma explicação clássica dessas quatro dinâmicas do amor, algumas das quais empregarei como ponto de partida.

Ágape (Amor Divino)
            O amor que um homem e uma mulher prometem mutuamente no dia do casamento é um reflexo do amor divino, que os gregos denominavam ágape, e que é o mais importante dos quatro, pois é a condição para a salvação: Amarás o Senhor teu Deus como todo o teu coração e como toda a tua alma e como todas as forças e com toda a tua mente... (Lc 10,27). A palavra grega empregada aqui é agapao (“amarás”), derivada de ágape. Por tratar-se de uma mandamento, o ato de amor deve ser um ato de vontade, não um sentimento. Poderíamos defini-lo, no caso do amor conjugal, como a entrega incondicional que alguém faz de si mesmo pelo bem da pessoa amada.
            Se você ama com essa intensidade, entregará o seu tempo, o seu dinheiro, o seu trabalho, tudo o que tem pela pessoa que ama. Mas não o entregará indiscriminadamente, mas pelo bem da pessoa amada. Entregar-se para agradar o outro nem sempre é amor divino, pois o que agrada não necessariamente o que é bom.
            O pai que diz “não” a um filho que lhe pede uma Ferrari aos dezesseis anos, demonstra-lhe o seu amor. A moça que diz “não” ao seu namorado quando lhe pede para terem uma relação, demonstra-lhe o seu amor. Os pais que cortam a mesada a um filho traficante de drogas, ou o internam numa instituição de recuperação, demonstram-lhe um “amor firme”. Deus demonstra-nos um “amor firme” quando nos desviamos de seu caminho e comprovamos que a nossa vida desmorona.
            Aqui não há lugar para condições: “Se você se comporta bem”, se se continuar a comprazer-me”, “se não engordar”... Os pais devem amar os seus filhos de modo incondicional, o que significa estarem sempre dispostos a lutar pelo bem deles, quer lhes agrade ou não.
            Não agradamos a Deus quando pecamos, mas Ele sempre nos aceitará quando voltarmos, porque é um Deus de amor. O seu interesse pelo nosso bem não admite condições, e confia em que o amemos do mesmo modo.
            O ágape exprime-se geralmente de um modo silencioso e duradouro, sem muito espetáculo. Cinquenta anos passados a lavar roupa da família; quarenta anos a cuidar dos doentes e moribundos; décadas de pequenos sacrifícios pelo esposo e pelos filhos; uma vida inteira entregue a oração e a educar os filhos... Um amor assim é menos apaixonante, e até o mais aborrecido dos amores, mas a longo prazo é o mais profundo e gratificante.
            É o mesmo que regar uma planta. Você a molha e cuida dela dia após dia, semana após semana, ano após ano, e aparentemente não percebe que cresce. Um dia, depois de vários anos, a planta torna-se árvore, floresce  e por fim dá fruto. Só então, depois do que parecia um esforço sem fim, você percebe que valeu a pena. Esse amor é o único que nos pode realizar como pessoas: “O homem – escreveu João Paulo II na Redemptor Hominis, n. 10 – não pode viver sem amor. Será um ser incompreensível para si mesmo e a sua vida estará privada de sentido se não lhe revelar o amor, se não se encontrar com o amor, se não o experimentar e o fizer próprio, se não participar dele vivamente”.
            Este é o tipo de amor ágape da esposa/a profundamente decepcionada, mas que supera a situação esforçando-se para que reine a paz e se salve a relação. Podemos comprová-lo nos casais que estão casados a mais de vinte e cinco anos. Enfrentaram juntos os atritos próprios de qualquer relação humana, as provas e as dificuldades. E agora, como o seu amor era incondicional e capaz de manter-se em pé quando deixou de ser divertido, esses contratempos têm algo de especial. Esses casais gozam de paz, de um resplendor especial: é o ágape.

            Um senhora pediu-me que visitasse o seu marido, moribundo. Ele tinha-a abandonado anos antes para viver com uma mulher mais nova. Mais tarde, teve um câncer e a sua jovem companheira deixou-o. Então a esposa trouxe-o para casa e cuidou dele até à morte: tinha compreendido o poder do amor ágape.
            Ainda que ágape seja um movimento para fora, uma doação de si mesmo, quem ama desse modo costuma beneficiar-se também, de maneira inesperada [2]. No entanto, ainda que ágape implique também receber, o cristão centra-se mais em dar do que receber.
            A expressão mais profunda deste amor divino é “dar quando dói”. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos (Jo 15, 13). Cristo pregou este amor e viveu e morreu com ele. Com a sua ajuda, nós também podemos viver e morrer com ele.

Estes números indicam as notas de roda-pé do livro:
[1] Em Marcos, 12,19-31, por exemplo, o Senhor dá-nos os dois grandes mandamentos do amor: amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente, e amar o próximo como a nós mesmos.

[2] Se amar deste modo não encontra correspondência por parte da pessoa amada, Deus, no entanto, promete nos uma recompensa.

*Nota do blog – O mesmo problema da definição da palavra encontra-se em outras línguas, para se aprofundar ainda mais no assunto recomendamos a leitura da Encíclica “Deus Caritas Est” (Deus é Amor) de Bento XVI, no qual - entre outros assuntos - trata-se da definição sobre o que é quais são os “tipos” de amores.

Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado” – Ed. Quadrante

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quinta-feira, 14 de março de 2013

Anunciamos uma grande alegria!

"Annuntio vobis gaudium magnum; habemus Papam". 
O mundo inteiro esperou para ouvir essa expressão - a maioria com boa vontade, outros não - mas todos olhavam pra Roma no dia de ontem esperando o Sucessor de Pedro, como foi belo ver que antes e depois em todas as mídias só se falava em um assunto, só se esperava a “fumaça branca”, e depois para saber quem era o escolhido, principalmente nós católicos esperávamos ouvir esse grande anúncio de júbilo. E o veio, temos um Papa, Sua Eminência Cardeal Jorge Mario Bergoglio que agora passa a se chamar Papa Francisco, temos um Pai!

Francisco, a primeira imagem que vem a nossa mente é a de São Francisco de Assis, o santo da caridade, mas também logo em seguida vem-nos as figura de dois outros Franciscos, São Francisco Xavier e São Francisco de Sales, ambos Jesuítas como o novo Papa, o primeiro, o santo das Missões na Ásia, que levou a esperança da salvação a tantos povos, o segundo, o santo defensor da fé, padroeiro dos apologistas. Caridade, missionariedade e defesa da fé, três virtudes que estes grandes Franciscos exaltaram com as suas vidas, e agora, com a graça de Deus, veremos mais um grande Francisco para a Igreja, com a missão de defender a fé e levar a caridade e esperança cristãs por todo o mundo.

Só existe algo de bom se tiver passado pelas mãos de Nossa Senhora, só Ela é a medianeira perfeita até Nosso Senhor Jesus Cristo, duas imagens que me vieram a mente, a primeira, ele foi eleito num dia 13, dia dedicado a Nossa Senhora de Fátima, e veio de um país muito devoto a Nossa Senhora, logo pensei, “teremos um “Papa Mariano” ao estilo do Beato João Paulo II”, e ele logo o demonstrou na suaprimeira mensagem dizendo que iria no outro dia rezar aos pés de Nossa Senhora.
A imagem de Nossa Senhora de Częstochowa, padroeira da Polônia, ficou conhecida em todo mundo pela especial devoção que o Beato João Paulo II tinha a ela, então, neste momento pedimos a interseção de Nossa Senhora de Lujan, padroeira da Argentina, que abençoe nosso novo Santo Padre na condução da Barca da Igreja assim como a todos nós fiéis.

Eu só consegui ver o "Habemus Papam", não consegui ver sua apresentação pois tinha que pegar um ônibus urgentemente, mas no primeiro ponto havia uma TV ligada onde  passava o finalzinho de uma reportagem - de um canal secular - e a jornalista comentou que ele foi sempre criticado pelo governo argentino pelo sua brava oposição as leis de incentivo as uniões homossexuais, neste momento pensei "Eh, o Espírito Santo sabe o que faz".

A alegria é muito grande, mas que nestes momentos não temos muitas palavras, ainda custa um tempo pra "cair a ficha" que temos um novo Papa, melhor deixar que ele mesmo fale, iniciamos o nosso blog publicando um texto do Beato João Paulo II, sempre demonstramos nossa fidelidade a Bento XVI, e agora, entramos na “era Papa Francisco”, e pedimos a Nosso Senhor Jesus e sua Mãe Santíssima que também sejamos fiéis ao nosso novo Santo Padre, então encerramos nossa postagem com suas palavras iniciais de pontificado:


Irmãos e irmãs, boa-noite!

Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.

[Recitação do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai]

E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela!

E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim.

[…]

Agora dar-vos-ei a Bênção, a vós e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade.

[Bênção]

Irmãos e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e até breve! Ver-nos-emos em breve: amanhã quero ir rezar aos pés de Nossa Senhora, para que guarde Roma inteira. Boa noite e bom descanso!

Tiago Martins




quarta-feira, 13 de março de 2013

A relação entre castidade, modéstia e pudor – 2ª Parte


por Pe. Thomas Morrow
 
Transcrição: Blog Mater Dei


Que deve fazer uma garota?
            – “Se meu modo de vestir excita os homens, o problema é deles, não meu. Eles que o resolvam”. Isto é falso por várias razões. Em primeiro lugar, não é cristão. A cristandade é uma comunidade ativa. São Paulo ensina: “Ajudai-vos mutuamente a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo” (Gal 6,2). Salvamo-nos em comunidade, não como indivíduos. Em segundo lugar, o problema não é só dos homens. A mulher que se veste indecorosamente cria para si os seus próprios problemas.
           
Quando se diz isto, há mulheres que se sentem ofendidas. Dizem: “Já vi repetir a mesma coisa de sempre, que << são as mulheres que têm a culpa>> da agressividade dos homens”. Não é assim. Nem toda a culpa é das mulheres, mas elas têm certa responsabilidade pelo modo como os homens reagem, embora isso não justifique a má conduta deles. Por conseguinte, não podem queixar-se de que todos os homens são uns “animais”, uns desequilibrados que correm para elas açoados. Os homens decentes costumam fugir, mas a mulher que se veste inadequadamente vende-se barato; os seus melhores ativos são os sexuais.
            
Uma mulher que viva em estado de graça tem um halo que excede de longe qualquer critério da moda. Às vezes, as mulheres cristãs subestimam a sua beleza interior, talvez devido à poderosa influência dos estilistas de moda, que põe exagerada ênfase no exterior e assim vão ganhando a vida. Como diz a Sagrada Escritura, que o vosso adorno não seja o que aparece externamente: cabelos trançados, joias de ouro, vestidos elegantes; mas tende aquela ornato interior e oculto do coração, a pureza incorruptível de um espírito suave e pacífico, coisa que é tão preciosa aos olhos de Deus. (1 Pe 3,3-4)
            As mulheres devem perguntar-se: “A quem estou procurando agradar? A Deus ou ao mundo? Diz São Tiago: “O amor do mundo é abominado por Deus” (Tg 4,4). Pensemos no modo como se vestiria hoje a Mãe de Jesus, se fosse uma solteira de 25 anos. Especulando, seria um exemplo daquilo que São Francisco de Sales desejava: “Eu, por minha parte, teria um grupo de gente piedosa, homens e mulheres sempre adequadamente vestidos, mas sem ostentação nem extravagâncias. Como diz o provérbio, gostaria que elas estivessem "adornadas com graça, decência e dignidade".
           
Há quem afirme que os tempos mudaram e que os estilos são muito chamativos do que há sessenta anos, que as modas de hoje chamamos impudicas parecerão comuns dentro de uma ou duas gerações. Talvez seja, mas geralmente os que estão comprometidos com o Senhor não estão na vanguarda das modas que deixam o corpo descoberto.
            – “Mas no verão faz muito calor...” Pode ser que faça calor, mas há roupas decentes que permitem aliviá-lo. Além disso, o que é mais importante: estar mais a vontade ou contribuir para criar um mundo mais educado, mais respeitoso para com a dignidade de todos, e mais respeitoso portanto para com a lei de Deus?

A força do pudor
            Uma mulher que se vista modestamente não contentará o seu meio ou os estilistas, mas sabe o que quer – decência – e consegue-o. Procurará ser elegante e vestir-se de acordo com a moda, mas sem estridências que desviem para elas os olhares. Pertencerá ao tipo de mulheres que controlam a sua vida social e estão menos expostas ao assédio sexual.
            Evidentemente, as jovens devem receber em casa os critérios sobre o modo de vestir-se com todo o decoro, mas infelizmente nem todas prestam ouvidos. Feliz a moça que tenha um pai e uma mãe dispostos a travar esta batalha.
            Porque tantas mulheres se vestem impudicamente? Por muitas razões. Algumas sentem uma certa excitação vestindo roupas justas ou decotadas; outras deixam-se influir pela moda; outras só desejam chamar a atenção dos homens e vêem nisso um modo de consegui-lo.
            O argumento da moda é débil, dados os ecléticos estilos atuais. Por sua vez, a excitação pessoal não encontra eco no modo de pensar de uma mulher cristã, se verdadeiramente deseja permanecer em intimidade com Deus. Por fim, é verdade que, ao vestir-se de modo provocante, a mulher adquire um certo poder de atrair os olhares, mas é um poder muito caro. Há homens que se deixam atrair poderosamente por uma roupa indecorosa. Mas que perfil é o desses homens? Costumam pretender um encontro sexual, sem a menor vontade de casar-se, pelo menos com a mulher sexy. Nunca lhes passará pela cabeça um pensamento como este: “Que personalidade tem essa garota!”, ou : “Será uma esposa perfeita!” Ao contrário, dirão de si para si: “Aposto que é mais uma!”

O perigo da beleza
            Apesar de a beleza ser um bem em si mesmo, é também uma chamada ao pudor, porque uma mulher muito atraente receberá numerosos convite para comportar-se mal.
            Quando um homem sai com uma mulher realmente bonita, em geral fica fascinado pelo seu aspecto. Ainda que pense que não é a pessoa com a qual se casaria, deixa passar um bom tempo, às vezes anos, até concluir e confessar que esse namoro não pode dar certo.
            Como é então que uma mulher excepcionalmente deve proteger-se? Não se apegando à atenção que provoca mantendo o olhar fixo no que realmente importa: que a sua fé prevaleça. (Este não é um tema politicamente correto na nossa cultura, mas um sacerdote não pode deixar de abordá-lo com todos, especialmente com os que põem risco a sua salvação). Lembremo-nos de que Deus não criou a beleza feminina para que as mulheres fossem frívolas e narcisistas. A mulher atraente que procure realçar a sua beleza atrairá demasiada atenção sobre si mesma. Se deseja atrair um homem virtuoso, deve-se mostrar comedida na sua maquiagem, no penteado, na escolha das joias e no estilo da roupa. Para qualquer mulher, independentemente da sua beleza natural, a meta deveria ser parecer elegante, não chamativa.
            A mulher que goza de uma beleza discreta, feminina, encontrará o tipo adequado de homem cristão muito mais facilmente do que aquela que tenta chamar atenção.
            É cada vez mais imprescindível uma certa revolução cultural no que se refere às roupas das mulheres. Os homens deveriam mobilizar-se e assumir uma espécie de liderança na renovação moral da nossa cultura, mas também as mulheres têm que participar deste objetivo.

Os homens opõem-se ao impudor feminino
            Que deve fazer um homem para evitar a influência negativa de uma mulher vestida indecorosamente? Alguns abaixam discretamente a cabeça, outros olham para outro lado, mas isso pode não ser fácil. A melhor solução seria olhar para a mulher nos olhos e, ao fazê-lo, pensar que se trata de uma pessoa, de uma filha de Deus, e logo a seguir desviar o olhar. Poderia também rezar uma curta oração pedindo que essa mulher mude de aparência e perceba a sua dignidade de pessoa criada à imagem de Deus.
            Se aparece vestida de modo provocante já na primeira saída, você terá que descobrir se é católica ou ao menos cristã. E então poderá discutir com elas as suas ideias sobre o namoro, a castidade e o pudor. Dê-lhe tempo para refletir. Se não se decide a compartilhar o seu critério sobre castidade, chegou o momento de dizer adeus.
           
E se vocês continuam a sair durante algum tempo e ela é uma cristã determinada a viver a castidade, mas de repente aparece vestida de modo provocante? Poderia dizer-lhe alguma coisa como: “Você está maravilhosa com esse vestido, mas não me é fácil viver a castidade quando a vejo com essa roupa”. Se a moça tem uma ponta de senso comum, captará a mensagem e mudará. Se não o faz, você terá que dizer-lhe diretamente: “Esse vestido é demasiado sexy pra mim. Por favor, pode vestir uma roupa menos provocante?
            E se você tem uma amiga católica, com quem não sai, mas que aparece vestida de um modo desonesto? Pois bem, por amor a Deus e para o bem dela, poderá dizer-lhe: “Uma moça tão bonita como você não tem necessidade de vestir-se assim. Você tem para oferecer muito mais do que o atrativo sexual.”
            Se parece admirar-se, acrescente: “Bem, vestida desse jeito, nenhum rapaz conseguirá descobrir a sua personalidade.” Prepare-se para um olhar glacial ou talvez uma bofetada. Ofereça-a ao Senhor em reparação pelos pecados.
            Vale a pena dizer o que pensa? Sim, se existe alguma esperança de melhora. Na sua maioria, as mulheres cristãs desejam mudar, ainda que a sua primeira reação possa ser bastante fria. Com freqüência basta ajudar a pensar, coisa que não se faz porque o tema parece alheio ao nosso mundo.

Em resumo
            Poucos parecem dispostos a ouvir ou falar de pudor. A melhor maneira de que escutem é com o exemplo, especialmente com o exemplo de outras mulheres que tenham a prudência e a capacidade de escolher o traje apropriado para cada lugar e ocasião. É um cuidado que se baseia no amor e na caridade. Se formos pacientes e perseverantes, poderemos convencer os outros das suas vantagens. Uma vez que os tenhamos convencido, eles convencerão o mundo com sua alegria.

Pe. Thomas Morrow – “Namoro Santo em um mundo supersexualizado”

Leia a 1ª parte deste artigo neste link: A relação entre castidade, modéstia e pudor.

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