por Pe. Thomas Morrow
Transcrição:
Blog Mater Dei
Amor
conjugal ou de eleição
É uma das espécies de ágape.
A forma agapao costuma ser usada ocasionalmente no Novo Testamento para
referir-se a uma opção. Cristo disse: Ninguém pode servir a dois senhores,
porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um desprezará o outro (Mt
6,24). Quer dizer, será preciso escolher entre um outro. Assim, há um amor que
poderia chamar-se “amor de eleição” ou “ágape de eleição”. Este amor que
devemos a Deus, porque Ele nos fez escolhê-lo acima de qualquer outro deus que
pudéssemos fabricar. O amor a Deus deve ter quatro características:
-
perenidade: deve ser compromisso eterno;
-
exclusividade: não amaremos outra pessoa como
amaremos a Deus, isto é, com todo o coração, toda a alma e toda a mente;
-
publicidade: deveremos dar testemunho desse amor
aos outros;
-
fecundidade: deverá dar fruto pela nossa
participação na vida de Deus, na vida da graça.
Ainda que este amor de eleição seja
ímpar, o amor conjugal reflete essas quatros características como um espelho. Perenidade:
deve ser uma entrega para toda a vida; exclusividade: cada um tem um
só cônjuge; publicidade: os casais devem casar-se em cerimônia pública e
dar a conhecer o seu compromisso vivendo-o diante dos outros; e fecundidade,
no sentido de que se propõe gerar novas vidas [1]. O amor conjugal simboliza,
pois, perante o mundo, o amor entre uma pessoa e Deus, que é também um amor
esponsal [2].
Embora o ágape conjugal ou de
eleição possa exprimir-se por qualquer das maneiras em que o faz o ágape,
há um modo particular de manifestá-lo: a comunhão dos corpos. Na relação com Deus,
opera-se mediante a recepção da Eucaristia [3]. No caso dos esposos, através da
relações conjugais.
A intimidade sexual é o sinal
físico, sagrado, do ágape conjugal do matrimônio e, como tal, possui as mesmas
quatro características indicadas acima:
-
perenidade:
o ato sexual pede os gritos um amanhã, isto é, exige que se realize no âmbito
do compromisso matrimonial, por toda a vida, pois caso contrário reduz-se a um
ato vazio, que produz apenas sentimentos de tristeza e asco.
-
exclusividade:
nenhuma pessoa realmente apaixonada se sentiria à vontade se viesse a ter outro
companheiro ou companheira de sexo.
-
publicidade:
ainda que não se pratique o ato conjugal em público (graças a Deus), o marido e
a esposa não escondem que dormem juntos.
-
fecundidade:
o ato, pela sua própria natureza, está ordenado para a procriação de uma nova
vida. Os filhos são o fruto do amor conjugal e dão testemunho desse amor por
toda a eternidade.
Por que há tanto prazer no sexo? A
razão mais óbvia é porque estimula a propagação da raça humana. No entanto,
esta não pode ser a única razão, já que o ato sexual e o prazer que o acompanha
são bons e lícitos também durante as épocas em que a procriação é impossível
(após a menopausa, durante os períodos inférteis ou no caso da esterilidade,
por exemplo).
Portanto, eu acrescentaria que o
prazer sexual deve ser entendido também como um estímulo para a entrega e
conservação do amor conjugal. O Concílio Vaticano II ensinou “que este
[conjugal] exprime-se e aperfeiçoa-se singularmente mediante a ação própria do
matrimônio. Por isso, os atos com que os esposos se unem íntima e castamente
são honestos e dignos, e, quando praticados de maneira verdadeiramente humana,
significam e favorecem o dom recíproco com que os dois se enriquecem mutuamente
num clima de gozosa gratidão”. [4]
A intimidade conjugal, pois,
simboliza e favorece a amorosa e contínua entrega conjugal do marido e da
mulher.
A união sexual é culminância e
fonte. É a culminância do compromisso da amorosa entrega conjugal, e fonte de alento para
conservar essa entrega.
Estes números
indicam as notas de roda-pé do livro:
[1] Na Humanae
Vitae, o Papa Paulo VI fala de determinadas características do amor
conjugal: humano, pleno, fiel, exclusivo até a morte, e fecundo. Eu acrescento
público, pois parece indicado neste estudo.
[2] Como está
escrito em Is 62, 4-6
[3] A
Eucaristia é evidentemente o coroamento do compromisso de amar a Deus sobre
todas as coisas, e uma fonte de graças para manter este compromisso.
Christopher West propõe uma analogia similar em Good News about Sex and
Marriage: Answers tou Your Honest Questions About Catholic Teaching (“Boas
notícias acerca do sexo e do casamento: respostas as suas perguntas honestas
sobre o ensinamento católico”, Charis Books, Atlanta, 2000, 191 págs.): “Onde
nos fazemos uma só carne com Cristo? Essencialmente na Eucaristia. A Eucaristia
é a consumação sacramental do matrimônio entre Cristo e a Igreja. E quando
recebemos e o corpo do Esposo celestial no nosso interior, concebemos tal como
uma esposa, uma vida nova em nós: a autêntica vida de Deus”.
[4] Gaudium est Spes, 49.
Pe. Thomas
Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado” – Ed. Quadrante
Recomendamos muitíssimo a leitura deste livro, como você percebeu, este
conteúdo foi de grande ajuda para a sua caminhada de fé, principalmente nas
questões sobre namoro santo e matrimônio, você pode adquirir este livro
clicando neste link:
Namoro Cristão em um mundo supersexualizado.
Se este conteúdo lhe ajudou, compartilhe-o com aqueles que você quer bem,
ajude outros a ver a beleza e os frutos de felicidade que nascem na vida de
quem vive um autêntico namoro cristão
Nenhum comentário:
Postar um comentário