sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Você quer realmente um namoro casto?

“Que bela é a santa pureza! Mas não é santa nem agradável a Deus, se a separamos do amor. O amor é a semente que crescerá e dará frutos saborosíssimos com a rega que é a pureza. Sem amor, a pureza é infecunda, e as suas águas estéreis convertem as almas num lamaçal, num charco imundo, donde saem baforadas de soberba.” São Josemaria Escrivá


Graças a Deus vemos crescer o número de pessoas com vontade de viver um relacionamento casto, mas com a nossa fraqueza incitada pelo pecado original sempre inventamos desculpas pra viver um namoro com a intenção de ser casto, mas que na prática não é tão casto assim. 

Existem várias questões a ser tratadas sobre o assunto, mas algumas delas são de suma importância e são as que serão tratadas aqui, essas questões giram em torno de um fundamento básico para se ter um relacionamento casto, é a nossa disposição ao sacrifício e vontade de proteger o outro para que ele não caia em pecado, a abrir mão de certos prazeres e caprichos próprios de vaidade se eles forem ocasião de pecado.

Deste modo podemos formular duas perguntas básicas que o casal ou os solteiros que querem viver um namoro casto devem-se fazer e refletir bastante para verem se realmente estão querendo um relacionamento limpo, a primeira tem a ver com a modéstia e o pudor, não há a mínima possibilidade de um relacionamento ser casto se o casal não se porta - no modo de se vestir e agir - de forma modesta, pois a falta de pudor provoca situações de pecado. 

A segunda questão tem a ver com certas formas de carinho que acontecem no namoro que se tornam ilícitas por também colocar o casal em ocasião próxima de pecado. Antes de colocar as questões, como este é um assunto bastante amplo e discutido, ao final do texto deixarei alguns links referentes aos assuntos abordados, recomendo e gostaria muito que lessem a fim de um melhor entendimento sobre assuntos que são de tão importância, isso lhes esclarecerá muitas dúvidas que podem surgir após a leituras destas questões.

A primeira é: Você mudaria o seu modo de vestir-se? Sabendo que certas roupas são provocantes, que incitam o olhar, você abriria mão de usá-las trocando-as por roupas modestas a fim de proteger o outro de não cair no pecado do olhar? Quem provoca gera um pensamento impuro no outro, e isso é o estopim para uma ação do mesmo modo.

"A modéstia não diz respeito somente ao exterior, porque a maneira com que nos vestimos é um sinal do nosso interior. É um sinal de que não precisamos ficar nos "atirando" visualmente para os rapazes, na esperança de ganhar sua atenção. Tenha certeza que nós temos o poder de fazer as cabeças se voltarem para nós. Mas também temos o poder de fazer os corações se voltarem para nós. Podemos procurar conduzir esses corações para o paraíso ou para nós mesmas. Mas quando fazemos a atenção deles se voltar para as partes do nosso corpo, estamos convidando-os a nos "amar" pelas coisas erradas. " Cristalina Evert [1]


E a segunda: Você abriria mão de ter beijos íntimos até o casamento? Sabendo que este tipo de beijo sempre provoca a libido e conseqüentemente coloca o casal em ocasião próxima de pecado - o que já é um pecado em si - você abriria mão de tê-los para proteger seu (ua) namorado (a)?

"Outro tema que costuma passar por alto é a situação de um homem e de uma mulher que, sentados no carro, se beijam - "só isso, carinhosamente" - durante um bom tempo. Além a tentação de cair num pecado sexual, aqui há um problema. O propósito do namoro é chegar a conhecer a outra pessoa para ver se seria conveniente casar-se com ela. os beijos prolongados não ajudam a alcançar esse objetivo. Geralmente, faz-se isso por ser agradável, não para se chegar a uma descoberta interpessoal. De modo que, ainda que os beijos prolongados não provoquem excitação (o que poderia ser caso para uma consulta médica), são contraproducentes para o namoro. São pelo menos um pecado contra a virtude da prudência.[...] Pôr-se voluntariamente em perigo de pecar já é um pecado.' 
Pe. Thomas Morrow [2]

Bem lá no fundo você sabe que o que está escrito acima é verdade, então reflita: Quem ama de verdade quer proteger o outro e faz os sacrifícios necessários para que ele não caia em pecado. Você faria estes sacrifícios pelo bem do outro? Quem não está disposto a fazer sacrifícios no namoro não terá forças para suportar os sacrifícios que a vida matrimonial pedirá no futuro.

Que a Virgem Santíssima e o Glorioso São José, seu casto esposo nos conduzam a termo neste caminho, pois ele só vale a pena se o objetivo for a maior Glória de Deus.

Links recomendados sobre as questões acima:

Parresía “Pudor e Modéstia”, do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo.

 Tiago Martins

[1] Trecho do livro "Pure Womanhood" (Pura Feminilidade) de Crystalina Evert, San Diego, Ed. Catholic Answers, 2008.

[2] Retirado do livro: Namoro Cristão em um mundo supersexualizado, Pe. Thomas Morrow 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Psicologia comparada do homem e da mulher



Se quisermos ajudar a juventude a evitar as surpresas oriundas da ignorância, é preciso fazer-lhe conhecer a psicologia própria do homem e da mulher.

Não pretendemos afirmar que os sexos sejam essencialmente diferentes um do outro. O homem e a mulher assemelham-se estranhamente, nesse sentido que ambos são dotados de inteligência, vontade e liberdade, possuem um e outro uma consciência moral, e seria falsear sua natureza atribuir, por exemplo, a sensibilidade e a inteligência intuitiva unicamente ao sexo feminino e a força física e inteligência discursiva unicamente ao masculino. Existem mulheres fisicamente mais fortes que o homem e, por outro lado, há elementos masculinos cuja sensibilidade é mais aguçada que da mulher. Todavia, no conjunto, cada um dos sexos define-se por qualidades específicas e os dotes de um são complementares aos do outro.

O homem demonstra ordinariamente maior força muscular do que a mulher. Eis porque é mais facilmente empreendedor e audacioso: é por natureza combativo, estimulado pelos obstáculos. Assim sendo, é constituído para comandar, com risco de abusar do poder para dominar e impor sua vontade. Ressaltam-se, de pronto, os excessos decorrentes dessas disposições naturais. É o egoísmo brutal, o orgulho, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do próximo, principalmente dos da mulher.

O abuso é tanto mais fácil que a mulher amorosa curva-se docilmente às exigências daquele que ama. Isto não significa que a mulher seja o ser fraco, incapaz de se dirigir e defender, como comprazeram-se a pintá-la os antifeministas**. Diariamente dá provas de força de caráter, e se é muscularmente mais fraca do que o homem, mostra-se muitas vezes mais resistente e capaz de suportar a fadiga e o sofrimento da existência. Porem, porque vive mais pelo coração, recebe mais facilmente as influências e considera os acontecimentos através de sua repercussão sobre os sentimentos.

Quando um homem não tem a animá-lo um verdadeiro ideal e elevada generosidade, a mulher torna-se uma presa fácil para seu egoísmo. Sabemos como são freqüentes os abusos da autoridade masculina em certos meios. Sob pretexto de que é o mestre, impõe suas vontades sem preocupação das regras morais. O número de mulheres literalmente exploradas pelo egoísmo do marido é muito maior do que se pensa. À mulher cabem todos os trabalhos, as responsabilidades, e de um modo geral os piores encargos pesam sobre ela. Que não possa dispor durante todo o dia de um só momento para si não é pensamento que preocupe o marido, e quando a vê doente, esgotada, mostra-se surpreendido, sem contudo considerar-se responsável.

E todavia a força só foi dada ao homem para que seja protetor da mulher, para manter o moral da família e ajudar a cada um dos membros na prática do bem. Longe de alardear seu poder, o homem deve aprender a refrear as exigências de seu egoísmo a partilhar com a mulher das preocupações da vida familiar e, até mesmo, de certos serviços domésticos, quando necessário.

A mulher, sendo a guarda do lar, orienta, naturalmente, sua inteligência para as questões que interessam a vida familiar. Mas daí pode resultar uma tentação, a de se enclausurar no circulo dos serviços rotineiros, que a levariam a abandonar certos deveres inerentes à vida social da família e a de se deixar absorver pelas preocupações de cada dia ao ponto de descuidar dos interesses gerais. Por amor dos seus, ela se arrisca ou a mimar demais os filhos ou a aceitar passivamente as idéias do marido, quiçá contrárias à moral. Talvez porque sua inteligência seja mais intuitiva do que dedutiva, a mulher rege pelo silêncio aos argumentos do marido que ama. Muitas jovens, ansiosas por se formarem uma personalidade antes do casamento, uma vez casadas, ficam como que inibidas e, por assim dizer, fundidas na personalidade mesmo insignificante do marido.

Daí resulta, para o homem, uma tentação de abuso à qual sucumbirá frequentemente. Se estiver cônscio de suas responsabilidades, longe de se aproveitar dessa disposição de espírito, protegerá a mulher, em vez de explorar em benefício próprio a fraqueza feminina, ajudará sua companheira e, sendo preciso, conduzi-la-á a manter e desenvolver uma personalidade moral.


No decorrer da vida cotidiana, a mulher geralmente demonstra menos atividade e iniciativa do que o homem, mas possui maior resistência e energia; é mais perseverante, fiel e paciente naquilo que empreende. Eis porque, quando esclarecida e dotada de vontade, triunfa mais do que o homem na educação dos filhos, auxiliado, como é, pela sua intuição das tendências e dos caracteres, pela paciência e tenacidade. Assim sendo, sua influência torna-se mais penetrante e, muitas vezes, mais duradoura que a do pai. O homem contenta-se frequentemente em governar o filho; a mãe conquista-lhe a confiança, influenciando mais profundamente sua alma. Portanto o homem deve vigiar e nunca diminuir a autoridade da mãe, como tantas vezes o faz por ciúme. Seu dever é apoiá-la na sua obra de educadora.

Se existe um fato surpreendente, é o homem não ter ainda compreendido que sua natureza, menos sensível do que a da mulher, obriga-o a um domínio especial sobre as tentações sexuais, cujo resultado seria conferir-lhe uma responsabilidade particular diante das regras da moral e da castidade conjugal. O homem deveria estar sempre apto a vencer, para nunca exigir uma união que só poderia ser satisfeita ao preço de uma falta ou desonestidade. Mais senhor de sua sensibilidade, compete-lhe ser bastante forte para resistir, ao mesmo tempo, às suas próprias tentações e às da mulher, mais confusas, porém talvez, por isto mesmo, mais perigosas. Se o homem se considera mais tentado do que a mulher, não é tanto por questão de natureza, como pela consagração de um abuso. Persuadiu-se de que sua força física explica e justifica todas as exigências sexuais, ao passo que esta lhe impõe um dever especial de domínio próprio e proteção à natureza feminina, mais propensa à confiança e ao abandono.

É fácil tirar conclusões dessas observações. A primeira revela-nos que o homem só compreenderá a natureza feminina na medida em que, sendo o senhor de seus instintos, tiver influência sobre o coração da esposa, lhe der prova de que é capaz de dominar seus sentidos e, finalmente, amá-la pelas suas qualidades e não unicamente pelos prazeres que ela lhe proporciona. A segunda, é que comete um abuso de autoridade toda vez que se serve de sua força para exigir da mulher a satisfação de desejos contrários à moral. Infelizmente, são freqüentes os casos em que o homem exerce sobre a companheira uma verdadeira tirania sexual. Muitos lares conheceriam menos desacordos íntimos, se a força masculina fosse colocada ao serviço de um maior domínio próprio.


A educação dos filhos só é possível pelo acordo dos pais. Eles têm igual autoridade, embora esta se exerça por meios diferentes. O homem, mais senhor de sua sensibilidade, talvez consiga, melhor do que a mulher, despertar no filho o sentimento de justiça. Porém o carinho feminino saberá suscitar mais profundamente os sentimentos do coração. Para essa obra difícil, que deve ser complementar e não contraditória, Deus dá a cada um qualidades específicas que se combinam, graças ao amor comum que ambos dedicam ao filho. A aplicação das sanções, mais particularmente da alçada do pai, exige um grande controle; a educação do coração supõe o exercício habitual do carinho materno.

Mais amorosa que o homem e naturalmente mais fiel, a mulher dispõe de graça e encanto destinados a salvaguardar o marido das tentações externas. Faltando-lhe estes atrativos, multiplicam-se as tentações para o homem, e muitas vezes, porque sua esposa não mais procura agradá-lo, o marido vem a desertar o lar conjugal.

A graça feminina pode, por outro lado, aliás, tornar-se um perigo. Se a mulher pretende tirar daí motivo de vaidade, despertará olhares indiscretos e cairá facilmente na futilidade. Ainda que um marido mal orientado encontrasse nos sucessos da esposa motivo de amor-próprio, seria em detrimento da intimidade e união dos corações.

Embora a natureza do homem seja mais fria que a da mulher, é preciso não se concluir logo que ele seja necessariamente egoísta. Há manifestações femininas de carinho que nascem de um violento desejo de satisfação pessoal. Se o homem deve ser bastante psicólogo para dar à esposa as provas de carinho de que ela necessita, a mulher deve esforçar-se por penetrar no pensamento do marido a fim de compreendê-lo.

A inteligência do homem é mais positiva, calculadora, objetiva. A da mulher mais espontânea e intuitiva. Cabe a esses dois valores entenderem-se mutuamente para melhor se ajudarem. Se a inteligência feminina é mais intuitiva é porque inclina-se espontaneamente para o amor do qual é, por natureza, a guardiã. A mulher descobre, quase sem raciocínio, os sentimentos que podem favorecer o amor ou prejudicá-lo. Seu modo de compreender não é inferior ao do homem, é diferente. As funções e responsabilidades são outras. Alguns filósofos julgam que a inteligência intuitiva é superior à discursiva.

Dessas diferenças intelectuais podem, facilmente, surgir incompreensões. O homem é tentado a julgar-se superior à mulher, e esta inclinada a crer que o homem não sabe amar. Um pouco de boa vontade e esforços mútuos para se compreenderem fariam facilmente desaparecer essas pretensas oposições. Seria preciso, ainda, que a mulher se deixasse penetrar pela razão positiva do homem, e que este procurasse entender as intuições da natureza feminina. Estas, de ordem sentimental, impedirão, muitas vezes, o homem de cometer atos que muitas vezes fechariam seu coração às exigências da piedade e da bondade; a ponderada razão masculina ajudará a mulher a verificar a objetividade de seus sentimentos.

O espírito feminino é tentado a confundir o amor com as emoções da sensibilidade. A mulher julga que deixou de amar, quando não mais as sentir. É uma tentação perigosa contra a qual deverá precaver-se.

O homem, menos sensível, acredita, facilmente, que lhe basta cumprir seu dever de proteção e ser fiel à mulher para lhe testemunhar seu amor. Esquece muito depressa que a sensibilidade feminina é uma flor delicada que é preciso cultivar sempre.

A boa compreensão entre o homem e a mulher é um compromisso perpétuo. Se a esposa pretende acompanhar o marido sob pretexto de que tem necessidade de sua presença constante, logo o cansará. Por pouco que exerça sobre ele seu domínio, sua tirânica afeição privará o marido de toda iniciativa e atividade pessoal. Se o marido for dotado de uma personalidade vigorosa, abandonará facilmente a mulher e dela se desapegará. Se, por outro lado, se mostrar indiferente e distraído, não se dando ao trabalho de dedicar-lhe uma parte de seu tempo, se não souber entendê-la para compreendê-la, provocará insensivelmente na esposa um sentimento de solidão que pode, então, em tristeza e em tristes separações. Assim a diversidade das naturezas explica-se pela diversidade dos encargos. Seria vão e odioso procurar definir a superioridade do homem e da mulher. Com efeito, não é possível decidir qual das duas funções, a de proteger ou a de manter a união dos corações, é a mais sublime.


*em “A educação do pudor e do sentimento, Jean Viollet, pp.150-3

** Como livro foi escrito em 1925 o termo "antifeminista" provavelmente não teria o mesmo emprego que usamos hoje, que é o da sadia luta contra o feminismo, movimento este que deturpa a verdadeira essência feminina, creio que o sentido do termo usado pelo autor nesta época se referia a ações que depreciavam as mulheres. Nota do administrador deste blog.

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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Santa Teresinha e o apostolado pela internet


A primeira vez em que ouvi falar que Santa Teresinha do Menino Jesus era padroeira das missões achei um tanto estranho já que ela havia vivido toda sua vida religiosa dentro de um convento, e a imagem que temos de missionários é a daquele do que parte para terras longínquas. Mas com o tempo, conhecendo mais sobre sua vida, e ainda mais depois de ler seu livro autobiográfico "História de uma Alma" percebi o quão grande foi a sabedoria da Igreja ao proclamá-la padroeira das missões - ao lado de São Francisco Xavier -, era tanto o seu amor por Deus, amor este que entre outros modos se demonstrava pela ardente oração pelos missionários e uma gigante vontade e disposição a enfrentar os sacrifícios para que se fosse a vontade de Deus ela mesma ir para terras longínquas que ela se tornou uma missionária sem sair do interior do Carmelo.

“Não obstante a minha pequenez, quereria iluminar as almas como os Profetas, os Doutores, sentia a vocação de ser Apóstolo... Queria ser missionário, não apenas durante alguns anos mas queria tê lo sido desde o princípio do mundo e continuar até à consumação dos séculos. Mas acima de tudo, ó meu amado Salvador, quereria derramar o sangue por Vós até à última gota.” [1]

Nesta presente postagem queremos fazer uma comparação, nos espelhando em Santa Teresinha podemos ter um norte no modo de agir em nosso apostolado pela internet, apostolado este que é uma grande graça em nossos dias, do mesmo modo que Santa Teresinha mudou o mundo sem sair do Carmelo podemos ajudar muitas almas evangelizando dentro de nossa casa.

Graças a Deus temos visto com o advento da internet um crescente número de sites, blogs e páginas de redes sociais especializado no apostolado católico, ainda mais pelo incentivo do Santo Padre Bento XVI: “todos os que utilizam as novas tecnologias da comunicações, especialmente os jovens, a fazê-lo de uma forma positiva” e a “dar-se conta do grande potencial desses meios para construir laços de amizade e solidariedade que possam contribuir para um mundo melhor”. [2]

Isso é um grande bem para a Igreja, é uma forma da boa informação chegar com maior velocidade ao povo, mas como o ser humano tem a natureza decaída logo também neste campo encontramos muitos erros, sendo por exageros de um lado ou desleixamento pelo outro sempre há apostolados se importando mais com a opinião pessoal do que com o propagação da Sã Doutrina Católica, que deveria ser o objetivo central dos mesmos.

Voltando a comparação, atentemos ao modo apostólico de Santa Teresinha agir e coloquemos isso em prática também no nosso apostolado pela internet, com certeza gerará muitos frutos. Primeiramente, a oração, mais vale uma oração sincera do que um ativismo sem sentido, mais vale um pequeno trabalho com reta intenção do que um apostolado "famoso", mas que se torne pessoal. Também, rezar antes de agir, pedir a Deus as luzes e discernimentos necessários para tal trabalho, pensar em como aquilo seria de proveito para as almas, Santa Teresinha já nos dá um grande conselho nesta questão, que não façamos nada sem antes nos recomendarmos a Virgem Santíssima: - "Eu nunca aconselho nada a ninguém sem antes recomendar-me à Virgem Santíssima. Ela é que faz que as palavras que digo tenham eficácia nos que as ouvem.", pois quando entregamos tudo a Nossa Senhora, Ela entrega tudo ao seu Filho Jesus, e é esse o objetivo final de todo apostolado, "Tudo para a maior Glória de Deus".

É esta então a primeira e mais importante recomendação, ser uma pessoa de oração, aberta a vontade de Deus, que dialoga com Ele, como diz o Papa Bento: "A primeira condição para se falar de Deus e falar com Deus", [3] o nosso apostolado será reflexo da nossa vida espiritual. Tenhamos a humildade, a sinceridade e a boa vontade que Santa Teresinha teve ao estar aberta aos movimentos que o Espírito Santo lhe sugeria e teremos um apostolado frutuoso, tanto no campo virtual como no usual pois também se já vemos frutos no apostolado virtual não podemos ficar somente nele desdenhado do apostolado que podemos fazer em nossa paróquia.

Outra questão, o modo como apresentamos a doutrina católica, termos o discernimento que neste ambiente aberto todos os tipos de pessoas poderão ver o que publicamos, pessoas com níveis sociais, culturais e de catequese diferentes, e principalmente, de diferentes níveis de conversão, pessoas que talvez ainda não tiveram o primeiro chamado a Cristo, outras que estão no início e outros mais avançados, isto é de grande importância no modo de agir, e a regra para usar as palavras certas de modo que seja compreensível a todos é usar o bom senso, sabemos que há muitos apostolados específicos, com públicos específicos, mas de um modo geral temos sempre que pedir a Deus as luzes necessárias para que o que fizermos sirva de algum modo para o bem da Igreja.

No livro “História de uma alma” ela comenta que enquanto era mestra de noviças aprendeu a ter discernimento quanto ao modo de tratar cada noviça, pois cada uma tinha uma personalidade diferente, umas ela tinha que tratar com mais doçura, outras com mais severidade, isto também nos serve de exemplo para nos esforçarmos ainda mais a termos uma linguagem equilibrada, pois não teremos a chance de saber que tipo de personalidade tem as pessoas que estão nos lendo.

Santa Teresinha sempre usou uma linguagem muito equilibrada, terna na maioria das vezes, mas também forte quando era necessária, assim deve ser o nosso modo de agir também, primeiro mostrar a beleza dos valores católicos, isso atrairá pessoas de boa vontade, pessoas estas que até poderiam estar sem rumo pelo fato de ninguém as ainda ter mostrado esses valores corretamente, mas também sabermos ter uma linguagem forte quando for preciso, mostrar o erro também é um ato de caridade, como diz o Pe. Paulo Ricardo: "Só há real amor pelo bem quando se tem equivalente ódio pelo mal", [4] mas sempre primeiramente mostrando a beleza da doutrina cristã, depois, se for necessário, criticar os erros, com isso fica menor o risco de cairmos em discussões vazias, um dos grandes problemas que atrapalham o apostolado pela internet, principalmente em redes sociais.

Vemos que a ternura e a força são virtudes e necessariamente temos que usá-las, mas também vemos os seus vícios contrários, sentimentalismo e a grosseria, estes são verdadeiras doenças que agem neste meio, devemos ter muito cuidado para não cairmos neles. 

É até fácil verificar as pessoas e apostolados com estes vícios, primeiro vemos o sentimentalista naquelas questões onde é apresentado algum ensinamento da Igreja que é tido como "pesado" e que requer sacrifícios pessoais maiores, ele logo responde "ah, o que importa é o que está no coração", ou também, quando um pregador de boa fala, que é famoso,  - mas que só ensina heresias - é criticado, eles também vem com aquela conversa "ah, mas ele fala tão bonito..." e coisas afins. O grosseiro é aquele que esbraveja contra tudo, xinga todos que são contrários a opinião dele, na verdade ele quer ser o seu próprio Papa, não está nem aí pra o que a Igreja ensina, é um rebelde enrustido que se camufla atrás da boa fama da Igreja. Não preciso me alongar na descrição porque quem acompanha o apostolado pela internet conhece bem esses tipos.

Santa Teresinha nunca agiria desse modo, muitas pessoas tem uma imagem errada dela, a taxando de sentimentalista por ela usar um linguajar florido, mas isto é falta de leitura de seus escritos, quem teve a graça de poder ler - principalmente no dito livro autobiográfico que desde já recomendo leitura indispensável a todo católico – verá que sua escrita era muito terna, mas nunca sentimentalista, por outro lado também, nunca imaginaríamos ela dizendo um xingamento, pois sabia que a ofensa pessoal só afasta as pessoas, e ainda mais, pelo seu tamanho amor a Virgem Santíssima, isto não condiz com o comportamento de um filho ou filha da Santíssima Mãe do Céu. Como santa que foi, sempre teve uma filial submissão a Igreja, nunca agindo como certos apostolados revolucionários - sejam confessos ou enrustidos - que querem que sua opinião seja mais importante do que a do Magistério da Igreja.

Para concluir, lembro um detalhe interessante que muitos já devem ter observado, há um bonito costume já entra a maioria dos blogs e sites católicos que é de postar imagens de santos em suas laterais e colocá-los como santos protetores do apostolado, se observamos veremos que uma média de 70 % destes tem Santa Teresinha do Menino Jesus como patrona, acho que nisso percebemos que o que foi dito acima já foi observado pela maioria das pessoas que fazem apostolado pela internet, que a “flor de Lisieux” será uma grande intercessora e exemplo para seus apostolados, fazendo que um pequeno trabalho torne-se “uma chuva de rosas” e bênçãos pela internet.

Poderíamos dizer que Santa Teresinha é um dos grandes exemplos de como devemos agir em nosso apostolado pela internet porque ela não se importou com o tamanho da obra, mas se importou em fazer tudo pra Deus, tendo uma vida de oração os frutos aparecem em nossas atividades usuais, fazendo dessa forma qualquer trabalho gerar frutos. 

Ela sempre foi contemplativa, terna e forte, e nunca ativista, sentimentalista ou grosseira, além de pedir a sua intercessão, devemos nos espelharmos em seu exemplo, nos esforçarmos para agir assim, deste modo faremos um um frutuoso apostolado pela internet. Ela mudou o mundo sem sair do Carmelo, nós podemos ajudar muitas almas mundo a fora fazendo um apostolado mesmo estando dentro de nossa casa.

"Então, com a maior alegria da minha alma arrebatada, exclamei: Ó Jesus, meu amor! Encontrei finalmente a minha vocação. A minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, e este lugar, ó meu Deus, fostes Vós que mo destes: no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor; com o amor serei tudo; e assim será realizado o meu sonho." [5]

 Peçamos Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face que ilumine todos os nossos apostolados, que tudo seja feito para a maior honra e Glória de seu amado Esposo Jesus e de sua Santa Mãe Maria!

Tiago Martins

[1] Santa Teresinha - "História de uma Alma"
[5] Santa Teresinha - "História de uma Alma"





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