sexta-feira, 15 de julho de 2011

A nuvem do Monte Carmelo


No primeiro livro dos Reis, no Antigo Testamento, mais precisamente no capítulo 18, podemos ler a narração de um episódio singular para a mariologia. A terra habitada pelo Povo de Deus passava por uma terrível seca; três anos sem chuva.

A fome devastava a nação, e muitos se dispersaram e começaram a adorar o deus, Baal. Então Elias propõe aos 450 profetas desse deus um desafio no Monte Carmelo (1 Rs 18, 19-40). Elias sai vitorioso, mas a seca continua. Elias pede a seu servo que suba ao topo do Monte na esperança de avistar alguma nuvem, mas seu servo sobe e não vê nada. Elias então ordena que ele suba mais sete vezes, e na sétima subida ele avista uma nuvem do tamanho da mão de uma pessoa, que vem subindo do mar.

Esse episódio tem sim uma profunda importância na mariologia. A Ordem Carmelita viu nessa nuvem uma prefiguração da Virgem Maria. Aquela nuvem fora formada de águas oceânicas, salgadas. Bem sabemos da impossibilidade de algum ser humano viver consumindo tal água. O país se encontrava perdido, o povo estava desorientado sem água. Mas aquela nuvenzinha pequenininha lhes trouxe a salvação. Aquela nuvenzinha saciou a sede do povo e dos animais e irrigou as plantações.

Com Maria também foi assim, uma menina que tivera sua Conceição Imaculada nascera de um mundo contaminado pelo pecado, esse mundo estava também sedento de Deus e aspirava pelo Reino dos Céus. Essa menina humilde, insignificante aos olhos dos homens da época, deu ao mundo o Salvador, que tal como a chuva trouxe vida nova para o povo. Assim como a nuvem, Maria é sinal de esperança; é prova de que Deus faz uso das coisas pequenas e insignificantes aos nossos olhos para promover o bem. E a Senhora do Carmo ainda hoje continua a derramar uma torrencial chuva de graças a aqueles que usam piedosamente seu escapulário.

Elias foi privilegiado, pois, profeta que era, certamente entendeu, ao ver a abundante chuva, que Deus viria ao mundo através de uma pequenina. E é por isso que a multidão dos anjos entoa para a Senhora do Carmo nos Céus: “Você é a glória de Jerusalém! Você é a honra de Israel! Você é o orgulho de nossa gente!” (Jd 15, 9).

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

João Carlos Resende

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