terça-feira, 4 de outubro de 2011

Em defesa de São Francisco de Assis e seu verdadeiro legado


É revoltante: todos os anos, quando se inicia o mês de Outubro, lembram de São Francisco de Assis e logo que citam seu nome já vem com aquele discurso de planta pra lá, animais pra cá, chega a dar náuseas. Há católicos - ou como dizia Dom Eusébio Scheid, caóticos - que sequer citam o nome do santo; já vão logo falar de peixes, cachorros, gatos, galinhas, gramas, Amazônia e assim por diante. Isso é luciferino.


Tudo bem, qualquer um que tenha o bom senso vindo de Deus sabe que a Igreja deve mesmo defender a natureza, pois o Senhor a criou demonstrando ali como é poderoso; para isso basta observar a beleza das rosas e a brancura dos lírios.

As plantas e os animais foram criados para servir ao homem, e em troca este lhe deve tratar com benevolência. Mas há certas pessoas que querem que seja o contrário: o homem é que deve servir a natureza. Eu lhe proponho um teste: vá a São Paulo no Hospital das Clínicas e provoque um aborto. Você vai sair de lá como estrela de capa de revista, pois “o mundo não suporta mais pessoas”. Agora, vá a Fernando de Noronha e quebre um ovo de tartaruga para ver se você não vai parar atrás das grades, e em certos casos ainda vai ter que responder em julgamento.


São Francisco não defendeu nunca a natureza como se fosse um homem ou até mesmo um deus, assim como nenhum santo. São Francisco fez muito mais que isso: cuidou do homem, da alma das pessoas. Fundou uma Ordem para reformar a Igreja sem destruí-la. São Francisco trouxe os valores evangélicos de volta para uma época marcada pelo luxo e pela ganância. São Francisco se antecipou a cumprir o ensinamento de Bento XVI: a primeira ecologia a ser defendida é a "ecologia humana" [1], pois muito mais importante que salvar a natureza é salvar a alma.


São Francisco deve ser lembrado primeiramente por ser aquele jovenzinho que segurava a Basílica de São Pedro no sonho de Inocêncio III; por ser o fundador de uma ordem que deu um Santo Antônio de Pádua, um São Boaventura, um Santo Antônio de Sant’Ana Galvão e tantos outros santos a Igreja; por ser um fiel seguidor de Cristo.


Que justiça seja feita a este nobre santo. Aposto que se ele estivesse vivo aqui na Terra negaria veementemente que deu mais valor à ecologia que a vida humana. Com certeza São Francisco diria que esse inflamado discurso ecológico é mais uma arma do Demônio para desviar almas de Deus.

João Carlos Resende

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