por Pe. Thomas Morrow
Extraído do livro “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado”
Luzes Vermelhas e sinais de alarme
Ele/ela tem
algum vício importante, como consumir drogas ou traficar com elas, ser um
alcoólatra recuperado ou um jogador compulsivo? Qualquer desses vícios deveria
fazer com que se acendesse imediatamente uma luz vermelha. Casar-se com uma pessoa
assim equivale a um convite ao desastre. Se você costuma sentir-se atraído por
este tipo de gente, peça ajuda imediatamente!
Um dia, veio consultar-me uma jovem
cujo namorado consumia e até vendia drogas. Disse-lhe: -- “Livre-se dele hoje
mesmo! É um problema!”
-- “Mas eu o amo!”, insistia ela.
-- “O amor não vencerá o hábito da
droga. Não faça de si uma infeliz por anos em troca de um sentimento
momentâneo”.
Outra jovem perguntou-me se devia
continuar o seu namoro: -- “Ele reza o terço e costuma ir à Missa durante a
semana, mas, bem, tenta praticar comigo uma relação sexual pervertida”.
--
“Fuja para os montes”, disse-lhe. “Esse rapaz é um tremendo hipócrita”.
(Precisava mesmo de que eu lhe dissesse isso?!).
Outro perigo: ele/ela tem uns acessos
de cólera intempestivos? A cólera é um veneno para o matrimônio. Se algum dos
futuros cônjuges se mostra irritado durante grande parte do tempo, deve
resolver essa falha antes do casamento, com uma terapia adequada.
Um homem contou-me que certa vez a
sua esposa se tinha aborrecido com ele e passara duas semanas sem falar-lhe. Um
comportamento verdadeiramente infantil! Quando você se aborrece com a pessoa
amada, precisa de algum tempo para acalmar-se, mas depois deve ser capaz de
falar. Usar o silêncio como arma é um completo disparate.
À pessoa que diz: -- “Mas eu posso
mudá-lo (ou mudá-la)”, digo-lhe; - “Opte pela vida de convento, porque aí
poderá reformar as pessoas sem ter que viver com elas”... Um reformador – dizia
Gandhi – não pode permitir-se ter uma grande intimidade com a pessoa que se
propõe reformar.
Não ter impedimentos para contrair
matrimônio
Outro aspecto em que se deve ser
muito cuidadoso é o de ter certeza de que a pessoa está livre para contrair
matrimônio. Se você descobre que essa pessoa esteve casada, a primeira coisa
que tem que fazer é perguntar-lhe se já obteve a sentença de nulidade. Se o
casamento anterior se deu à margem da Igreja, sendo ambos católicos – ou algum
deles --, esse casamento não foi válido: conseguir a declaração de nulidade é
pouco mais que uma formalidade. Mas se foi celebrado na presença de um
sacerdote, na Igreja, é necessária uma sentença de nulidade antes de se
contrair um novo. [1]
Que acontece se você pergunta à
pessoa pela sentença de nulidade e a resposta é que não a tem? Recomendo-lhe
que diga simplesmente: -- “Se você conseguir a sentença de nulidade, peço-lhe
que me avise e, nesse caso, se quiser, poderemos reatar nossa relação”.
Acontece que há pessoas que não pretendem conseguir a declaração de nulidade,
mas desejam manter o namoro. Essas pessoas não deveriam namorar ninguém.
Há casos em que não se trata de
namorar, mas de saírem juntos, sem a intenção de contrair um novo casamento. A
uma mulher que saía com um divorciado havia anos, sendo ambos católicos,
perguntei-lhe se ele pensava na nulidade, e disse-me que não. Pedi-lhe que
insistisse com ele para que o fizesse, mas ela tinha medo. Quando a vi uns anos
depois, perguntei-lhe se tinham conseguido a sentença de nulidade. A resposta
continuou a ser não. Disse-lhe: -- “Essa pessoa nunca se casará com você”.
Recebeu mal o meu comentário, mas o caso não oferecia dúvidas. Tratava-se de um
homem que aparentemente a amava, mas não queria casar-se com ela. É claro que
nunca se casaram.
Lembre-se também de que nem todos os
que solicitam a declaração de nulidade a obtêm. Não está garantida. É pouco
aconselhável comprometer-se com alguém que se limitou a solicitá-la. Espere até
que a tenha em mãos antes de iniciar o namoro.
Há pessoas divorciadas cujo cônjuge
anterior se portou mal, não elas. Mas há outras que são responsáveis pelo seu
divórcio, ainda que jamais o admitam. Você deve ser extremamente cauteloso e
estudar bem o caráter da pessoa divorciada. Não basta a opinião dela, que
costuma estar carregada de subjetivismo. Já a declaração de nulidade é mais
objetiva e também por isso convém esperar pela respectiva sentença. Evite,
portanto, envolver-se romanticamente com alguém que ainda não a conseguiu. Sem ela, não há relação: é uma boa regra
a seguir. Os que são amavelmente firmes neste sentido evitam problemas e perdas
de tempo.
Relações ora quentes, ora frias
Dão mau fruto
as relações ora quentes, ora frias, quer dizer, maravilhosas um dia e no dia
seguinte péssimas. Há pessoas tão agarradas ao sentimento do amor que são
incapazes de romper com a relação, ainda que o parceiro seja um canalha: --
“Não posso viver com ele, mas também não consigo viver sem ele (ou ela)”. Se os
seus sentimentos são esses, deve encontrar o modo de pôr fim a essa relação. É
uma armadilha.
Uma moça vinha saindo com um homem
que tinha tudo para ser considerado um mau companheiro. Fazia-a chorar
continuamente, manipulava-a e tinham umas discussões tremendas. Ela rompia com
ele uma vez e outra, mas acabava por reatar a relação. Perguntei-lhe se tinha
algum passatempo na sua vida.
-- “Só o Martinho”, respondeu-me
-- “Não me estranha que não consiga
romper com ele – disse-lhe --. Depois de umas semanas você fica entediada e
telefona-lhe. Tem de sair e fazer algo entretido pelo menos uma vez por
semana”.
-- “Mas eu trabalho o tempo todo”.
-- “Poderia procurar outro
trabalho”, sugeri.
Assim o fez. E pouco tempo depois
rompeu com o Martinho.
Casar-se com quem vai ser sua melhor
amiga
A pessoa com quem você se case deve
ser a sua melhor amiga. Isto é fundamental. Após uns anos de casados, a beleza
física desaparece, mas a amizade perdura. A amizade baseia-se em compartilhar
valores e pontos de vista. Será que vocês compartilham as mesmas crenças
religiosas, os mesmos critérios morais, alguns interesses recreativos e
intelectuais, pela arte, pela leitura, etc.? É possível aprender a compartilhar
os interesses do outro em alguns aspectos, mas convém partir de uma boa base
desde o princípio.
Há alguns anos, os amigos de uns
noivos duvidavam que este casamento durasse. No entanto, as coisas foram
melhorando de ano para ano. Um amigo perguntou-lhes qual era o segredo. O
marido atribuía-o aos presentes de aniversário. Antes de casar-se, tinha sido
um entusiasta da fotografia, mas abandonara o hobby ao ver o desinteresse da
esposa. No primeiro aniversário de casamento, ela o presenteou com uma câmera.
Tiraram juntos algumas fotografias e depois revelaram. Ela sussurrou-lhe: “Este
é o meu presente de aniversário, querido”. Tinha estudado fotografia sem que
ele soubesse.
No ano seguinte, ele matriculou-se
numas aulas de dança, e, enquanto dançavam uma valsa em comemoração da data do
casamento, disse à esposa: “Este é o meu presente de aniversário, querida”.
Desde então, cada ano faziam presentes parecidos um ao outro, consolidando cada
vez mais a amizade. E também o casamento.
A química tem a sua importância
-- “Horácio é perfeito em todos os
sentidos, mas depois de dois anos de namoro noto que nos falta “química”. Se
você pensa assim, as perspectivas de que venham a casar-se não são boas. Não é
preciso que sinta arroubos ou formigamentos sempre que vê a pessoa, mas deveria
sentir-se atraído, e não frio.
Por outro lado, será que é
importante estar tão enamorado que lhe custe muito separar-se por uns dias ou
uns quilômetros? Não demasiado. E não é sintoma de que falte “química”.
Aliás, se na vida passada você
esteve enamorado (a) de alguém mais intensamente, não quer dizer que a pessoa a
quem ama agora não seja adequada. Não é necessário que sinta um arrebatamento
sublime cada vez que a encontra. Sem dúvida, o amor passional tem sido exaltado
na nossa cultura, especialmente através dos filmes, mas não é o único que
importa. No entanto, quando existe uma autêntica atração pela outra pessoa,
isso ajuda.
É verdade que a aparência é
importante?
Que acontece com as mulheres
deslumbrantes ou com os homens elegantes? As mulheres vistosas correm o risco
de não dar valor a um relacionamento honesto e decente. E um homem elegante, se
for demasiado consciente disso, enfrenta um forte risco de cair na vaidade.
Será modesto, capaz de passar despercebido? (A humildade é um ingrediente
indispensável para crescer na vida cristã). Ou é arrogante e procura chamar a
atenção. Os homens discretos costumam ser bons maridos e bons pais.
A independência em relação aos pais
Há anos, um casal de namorados veio
pedir-me conselho sobre sua relação. Ela tinha seis anos mais que ele e isso os
preocupava. Assegurei-lhes que a diferença de idade não era um obstáculo em si
mesmo. O verdadeiro problema estava nos pais do rapaz, que não queriam ver
falar do casamento do filho com uma mulher mais velha. Além disso, ele também
temia ser rejeitado pelos pais dela. Disse-lhe que tinha de armar-se de coragem
para dizer cortesmente aos pais que agradecia a preocupação pelo seu futuro,
mas que era quem tinha que tomar as decisões. Se o rejeitassem por isso,
estariam no seu direito, mas que ele esperava que não o fizessem, porque ia dar
o passo que achava certo.
[1]
Um não-católico pode conseguir a sentença de nulidade na Igreja Católica se
ela/ele quiser casar-se com um (a) católico (a).
Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado”
– Ed. Quadrante, São Paulo-SP
Transcrição: Blog Mater Dei
Leia a primeira parte deste artigo
clicando neste link: “Como
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cristão.
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