por Pe. Thomas Morrow
Extraído do livro “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado”
Na sua
maioria, os jovens procuram alguém que os atraia, com quem possam iniciar uma
relação e – se não surgem grandes crises ao longo do caminho, ou mesmo que
surjam – cheguem ao casamento. Uma vez casados, só resta esperar que o
matrimônio dê certo.
Mas há uma via melhor: começar por
definir bem o que se procura e depois pôr-se a caminho.
Pense na sua salvação
Essa pessoa que quero escolher
ajudar-me-á a alcançar o Reino de Deus? Esta é a primeira indagação que se deve
fazer. Para qualquer católico, o primeiro objetivo antes de iniciar qualquer
tarefa deveria ser a própria salvação.
Que tipo de pessoa ajudará você a
salvar-se? Pelo que tenho observado, a melhor escolha nos dias que correm é,
sem dúvida, a de uma católica firmemente praticante. Por quê? Porque o ambiente
de hoje é de uma verdadeira crise moral. Olhemos com objetividade para os
obstáculos que os jovens enfrentam atualmente; clima favorável ás relações
sexuais durante o namoro; aborto e anticoncepção (muitos anticoncepcionais são
abortivos); um só filho ou, quando muito, dois (os bons católicos tendem a
superar a taxa média); desleixo ou indiferença quanto ao culto dominical;
adiamento do batismo dos filhos e da educação na fé; escolarização sem dar
preferência a uma escola católica de bom nível, etc. E a lista parece crescer
de dia para dia.
Você vai compartilhar intimamente a
sua vida com a pessoa com quem vai se casar. Ninguém na terra estará mais perto
de você, nem seu pai nem a sua mãe (cfr. Gên 2, 24.) Deseja realmente passar
grande parte do tempo da sua vida casado discutindo sobre a anticoncepção ou a
assistência à Missa dominical? Não preferirá contar com alguém que apóie em vez
de brigar com você? Já é bastante difícil que cada qual se salve, e ainda por
cima arrastar pela vida fora um cônjuge descontente?
Mas não é possível relacionar-se com
uma pessoa não católica? Claro que é. Agora, se esses temas morais costumam ser
difíceis para católicos, quanto mais entre os não católicos! De qualquer modo,
a questão resume-se em averiguar se a pessoa que você procura está aberta aos
critérios morais da Igreja. E ainda que seja mais difícil, pode perfeitamente
acontecer que encontre uma pessoa piedosa de religião protestante que entenda a
bondade da fé católica.
Que acontece se você encontra uma
pessoa católica não praticante que parece encantadora? A minha opinião tem sido
sempre a mesma: se durante os seis primeiros meses de namoro essas pessoas não
passam a praticar sinceramente, é provável que nunca aceitem Cristo ou a
Igreja.
Mas a responsabilidade não é algo
pessoal? Sem dúvida. Por acaso, porém, você não procura garantir todas as
probabilidades de êxito quando quer ganhar uma partida de beisebol ou vai
assinar um contrato? Por que atar uma mão às costas quando o que está em jogo é
a sua meta definitiva, a vida eterna?
Alguém poderia dizer-me: “Bem,
padre, para o senhor é fácil dizer, mas se já é difícil encontrar alguém que me
agrade, será quase impossível se acrescentar mais condições!”
Estou de acordo que o campo é
realmente reduzido. Mas lembre-se de que Deus não lhe disse: “Já lhe dei uma
vocação para o matrimônio. Agora mexa-se e procure alguém por sua conta.” Deus
está aí pra ajudar. Se você disser: “Senhor, procuro alguém que Vos ame, e
assim poderemos alimentar-nos mutuamente com esse amor”, acha que Deus dirá:
“Pois bem, boa sorte”? Penso que dirá: “Ótimo. Vou ajudá-lo a encontrar
alguém”.
E como você sabe que alguém é bom
católico? O que você não deve fazer é
perguntar, mas observar. Porque é fácil que uma pessoa se declare boa
católica, ainda que não tenha rezado numa igreja durante anos. Comece por
observar: Vai à Missa aos domingos? Confessa-se? Deseja viver a castidade, não
por você, mas por Cristo? Reza habitualmente? Deseja rezar com você? Fala
destes temas? (Costuma acontecer que, se alguém se nega a falar da sua vida
espiritual, é porque não a tem. Se você anda pensando em casar-se com ele/ela,
tem o direito de saber como se relaciona com o melhor amigo que você tem:
Deus). Deseja conhecer melhor através das leituras, etc? Compreende que seguir
Cristo e amar o próximo exige sacrifícios?
À medida que o relacionamento se for
desenvolvendo, surgirão oportunidades de você manifestar alguns aspectos da sua
vida espiritual e ver como a pessoa responde. Se nunca obtém uma resposta, pode
ser um pouco mais direto: “Quer que rezemos juntos alguma vez?” Se responde que
se trata de uma questão demasiado pessoal, pode dizer-lhe que é precisamente o
que você procura: uma relação pessoal. Ao fim e ao cabo, há algo mais pessoal que
o matrimônio?
Não se vendam barato. Não transijam
nesta matéria nem se rendam antes de começar, como fazem muitos. Encontrar um
companheiro/a assim exige esforço, mas é perfeitamente possível, como já vi
tantas vezes.
A questão dos filhos
Ele/ela quer
ter filhos? Quer uma família numerosa, ou deseja limitar o número por temor ou
egoísmo? A Igreja louva os esposos que “de comum acordo, ponderando bem,
aceitam com magnanimidade uma prole mais numerosa para educá-la dignamente”.
[1]
Essa pessoa dedicar tempo ao cuidado
dos filhos? Será paciente com eles? Todo o pai ou mãe deve ser flexível e saber
agachar-se ou sentar-se no chão ao lado dos filhos, entre lápis de cor e
brinquedos desordenados.
É responsável? Pode ser firme e
amável ao mesmo tempo? Algumas características serão difíceis de descobrir, mas
se ambos passarem algum tempo falando sobre crianças – sobrinhos, sobrinhas ou
filhos de amigos -, poderão conhecer-se neste aspecto. Não é preciso que o seu
futuro cônjuge seja um psicólogo especializado em crianças, mas deve
interessar-se por educar.
Avaliar
pessoa é boa comunicadora? Sabe dar-lhe a conhecer com tato o que a desgosta no
seu comportamento? Se é dessas ou desses que depois dirão: “Ó seu vagabundo,
você sempre deixa a roupa no chão!”, não promete uma vida conjugal muito feliz.
É necessário verificar se, pelo contrário, saberá pedir deste modo: “Querido,
já sabe o quanto lhe quero e como aprecio tudo o que você faz por mim. Por
favor, poderia pôr a roupa suja na cesta? Assim me poupa muito trabalho”.
A habilidade de elogiar o cônjuge
quando se procura corrigi-lo dá bons frutos na vida de casados. O truque
consiste em você ser capaz de fazer uma advertência de forma positiva, sem
brigar. Falaremos mais sobre isto no capítulo da comunicação.
[1] Concílio
Vaticano II, Constituição Pastoral Gaudium
et Spes, sobre a Igreja no mundo de hoje, n. 50; e Catecismo da Igreja Católica, n. 2373
Pe. Thomas Morrow – “Namoro Cristão em um mundo supersexualizado”
– Ed. Quadrante, São Paulo-SP
Transcrição: Blog Mater Dei
Leia a segunda parte deste artigo
clicando neste link: “Como encontrar a pessoa certa – 2ª parte”
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cristão.
Em "adiantamento do batismo dos filhos e da educação na fé" deve-se ler "adiamento" ...?
ResponderExcluirSim Raí, isso mesmo, mas já foi corrigido. Muito obrigado pelo aviso. Fique com Deus e Nossa Senhora!
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