“Quanto à santa pureza, nunca tenhas em conta de demasiada
toda e qualquer precaução.” Santo
Afonso de Ligório
Este artigo é uma opinião pessoal, mas pautada em
critérios sérios, gostaria que o leitor tivesse pelo menos a boa vontade em ler
e refletir sobre os pontos colocados, e para ajudar na reflexão sobre os
critérios deixarei ao final do texto mais alguns links de bons materiais sobre
o assunto.
Então, passemos ao assunto, a pergunta título: É realmente necessário que eu vá a uma
praia para me entreter? Estamos no verão, vemos a efervescência das pessoas
falando sobre ir à praia, piscinas e afins, e desde já coloco que apesar do
título falar em praia subtende-se todos os ambientes parecidos que se encaixam
com o motivo da pergunta. Todos pensam nisso em função de se entreter, passar
um tempo livre "arejando" a cabeça, se divertindo, e é óbvio que se
entreter é algo lícito, faz bem à alma, a questão toda gira em torno do modo e
lugar no qual temos este entretenimento, é neste ponto que quero chegar durante
esta reflexão.
Pergunto novamente, é realmente necessário que eu vá à
uma praia para me entreter? O mundo não se importa com critérios morais, com
pudor, modéstia, castidade e outros, mas nós cristãos sim, pelo menos
deveríamos. Então devemos ficar atentos a uma coisa: Hoje em dia 99% dos
ambientes de praia são ambientes imorais, vamos ser sinceros, não há moralidade
num lugar onde pessoas andam seminuas como se isso fosse a coisa mais normal do
mundo.
Por mais que até nós nos precavêssemos, nos
vestíssemos bem, os outros não fazem e isso nos coloca numa ocasião muito
próxima de pecar, e que poderíamos evitar. Vou dar um exemplo muito claro,
imagine um homem* que vá com uma roupa recatada a praia, mas lá vai se deparar
com centenas, milhares, de mulheres seminuas, quanta tentação sofrerá, e será
quase impossível não cair no pecado do olhar, e ele poderia ter evitado se não tivesse
freqüentando este lugar.
Pode-se objetar que existem mulheres impudicas em
todos os ambientes, que sofrerá tentação em todos os lugares, sim, mas, nem
todos os ambientes são evitáveis, a pessoa não tem culpa se no trabalho, na
fila do banco ou na calçada há uma pessoa sem pudor, e isso não fará com que
ele tenha que ter menos responsabilidade em viver a castidade no olhar,
desviando o olhar e o pensamento da situação, e principalmente pedindo auxílio
a Deus, mas há situações evitáveis,
como por exemplo, uma pessoa que queira viver a castidade nunca irá numa
balada, sabe o que vai encontrar ali, e o que venho a colocar nesta postagem
tem claramente a ver com isto, a praia é um
local onde todo mundo sabe o que irá encontrar, e é evitável.
Evitável? Sim, como dissemos, as pessoas vão à praia
para se entreter, mas ir a praia para se entreter não é necessário, temos que
atentar a um critério, em tudo o que fazemos na vida há coisas necessárias e outras
não necessárias, por exemplo, é necessário que eu coma pra sobreviver, mas não
é necessário que eu coma certas comidas pra sobreviver, eu posso passar a vida
inteira sem comer sorvete e isso não me mataria, comer sorvete não é necessário
para meu organismo. Então, neste ponto respondemos a pergunta título: Não é necessário que eu vá à praia para
me entreter, é necessário que eu
tenha tempos de entretenimento, mas não é necessário que seja na praia,
posso escolher outros locais e situações, e ainda mais neste caso, muito mais
sadias. Ninguém morrerá se não for à praia, mas pode estar colocando por sua
própria conta e risco a alma em perigo se for, e quem morrerá aos poucos nesta
situação é a alma, pois para cair num precipício sempre há um primeiro passo.
Pode-se objetar que há praias e praias, umas desertas
em certos horários, eu mesmo já vi exemplos de clérigos que procuram estes
locais nestas condições, e também ambientes familiares de piscinas, entre
outras coisas, mas como disse no início, isso tudo é uma opinião minha, mas
ainda é muito forte o argumento de que a maioria absoluta das praias se tornou
um ambiente imoral, e como posso me entreter em outras coisas muito mais
sadias, me pergunto se vale a pena ir num local assim, e a minha consciência
sempre diz não.
As vezes Deus permite que vejamos o inferno para nos
impulsionar ao Céu, certa vez - por outro motivo que não o passeio - fui a
cidade do Rio de Janeiro, uma pessoa convidou eu e mais duas para visitar a
Praia de Copacabana, estava completamente lotada, a primeira
coisa que veio a minha mente foi: "Isto é uma visão do inferno!!"
. Se repararmos bem, a maioria absoluta das pinturas que vemos representando o
inferno são de pessoas nuas e sofrendo, a maioria absoluta das praias tem essa
visão, pessoas praticamente nuas e com divertimentos mundanos, e todo
divertimento mundano esconde atrás de si um sofrimento sem esperança, sem Deus, um inferno.
Como disse, tudo o que escrevi é uma opinião minha,
mas usei critérios sérios, o que peço é a sua boa vontade e que reflita sobre a
pergunta do título, e principalmente sobre outras 3 perguntas: Estou disposto a renunciar a um
divertimento, ainda mais quando sei que ele muito provavelmente irá ocasionar situações
que desagradem a Nosso Senhor Jesus Cristo? E se a Virgem Santíssima estivesse ao
meu lado, eu a levaria a um ambiente assim? E eu, será que não estou sendo também causa de perdição para outros com minhas roupas - ou falta delas? Faça estas perguntas a si
mesmo, a sua consciência...
Termino o texto com um conselho de São Josemaria
Escrivá, onde ele mostra o melhor modo de vivermos bem o nosso tempo de
entretenimento:
“Sempre entendi
o descanso como afastamento do trabalho diário; nunca como dias de ócio. Descanso significa represar: acumular
forças, ideias, planos... Em poucas palavras: mudar de ocupação, para
voltar depois - com novos brios - à atividade habitual. [1]
Lembra-te com constância que colaboras na formação
espiritual e humana dos que te rodeiam e de todas as almas - até aí chega a
bendita Comunhão dos Santos -, em qualquer momento: quando trabalhas e quando descansas; quando se vê que
estás alegre ou preocupado; quando na tua tarefa no meio da rua fazes a tua
oração de filho de Deus e transcende exteriormente a paz da tua alma; quando se
nota que sofreste - que choraste - e sorris.” [2]
Tiago Martins
Grifos
nossos
*É óbvio que este exemplo também serve para as
mulheres em relação aos homens.
Referências:
[1] São Josemaria Escrivá - Sulco,
514
[2] São Josemaria Escrivá - Forja, 846
Textos recomendados:
Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. (Lucas 9)
ResponderExcluir24. Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão.( Lucas 13)
Muito boa a reflexão, temos que ter esta consciência cristã!
ResponderExcluir