segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A diferença entre ingenuidade e inocência


Nesta postagem veremos que há uma diferença entre a ingenuidade e a inocência, o sentido da mesma é fazer com que sempre nos lembremos dessa diferença primordial, pois inúmeras vezes queremos justificar nossos erros e de outros dizendo que foi algo feito inocentemente e por isso estamos excluídos de culpa, é lógico que o grau de culpabilidade depende de várias questões e uma delas é a consciência da maldade do ato que se está fazendo, mas a presente postagem tem como objetivo mostrar em termos práticos como inocência e ingenuidade são coisas diferentes e daí percebermos como não podemos ficar nos escondendo da responsabilidade de nossas ações.

A maioria das pessoas confunde – ou/e se faz de confuso - nestes dois termos, e isto é um erro, pois a inocência é uma virtude enquanto que a ingenuidade não é. O primeiro ponto onde vemos a diferença é com questão a Lei Natural impressa por Deus no ser humano, aquele sentido natural de diferenciar o certo do errado, a inocência faz com que  pessoa acerte no seu discernimento enquanto a ingenuidade sempre tende ao lado errado, sempre tende a ação com negligência, está aí a primeira distinção, ingenuidade e negligência são irmãs gêmeas, a ingenuidade é uma ação negligente mascarada de inocência.

Sendo a inocência uma virtude ela gerará força de vontade contra as tentações e as cruzes da vida, o inocente sempre será mais forte que o ingênuo. Pode ser que tenhamos em mente de que os inocentes são fracos, mas há exemplos cabais de que é o contrário, e os mais claros são Nosso Senhor Jesus e sua Mãe Santa Maria, os foram os grandes inocentes, sem malicia alguma e também os mais fortes. Um exemplo também que podemos admirar a todo momento é o Santo Padre Bento XVI, olhamos para seu rosto tão candido e inocente, mas alguém duvida do tamanho da força que este homem tem?

Agora vamos a 2 exemplos práticos de histórias que vemos ao montes no dia-a-dia e poderemos ver ainda mais de perto a diferença entre ingenuidade e inocência.

O primeiro é o da mocinha ingênua que se deixa enganar por um cafajeste, como bem diz a frase, ela “se deixa enganar”, o instinto de proteção própria existe em todas as pessoas mostrando o que é certo e errado, ainda mais em questões morais. O que acontece é que quando a consciência está pesada mostrando que o ato a ser feito é errado a pessoa começa a mentir pra si mesma porque pensa que aquela sensação de prazer momentânea pode ser um bem maior, mas passada a situação e com as dores na alma providas como conseqüência dos atos tenta mascarar a situação dizendo que agiu inocentemente e foi enganada. Não! Inocentemente não, ela agiu ingenuamente, no fundo sabia das conseqüências e agiu com negligência, e como foi visto acima, aí está a diferença, a ingenuidade está sempre ligada a ação negligenciada.

Mais um exemplo de que situações como a de cima não podem ser caracterizadas como inocentes, a inocência lhe daria forças para lutar contra a tentação e não se entregaria, o exemplo a seguir é o mais claro possível – e serve de exemplos  pra todo tipo de situação -  é a história de Santa Maria Goretti que sofreu uma tentativa de estupro e lutou contra o agressor preferindo a morte a entregar-se, se essa inocência lhe deu forças, não podemos chamar de inocente uma moça que se entrega com próprio consentimento. Acrescento que essa afirmativa de aviso é para os dois gêneros, pois o homem e a mulher tem culpa na ação por sua negligência, e também que o “entregar-se” não se conta apenas o ato da relação sexual designa – neste exemplo-  todo tipo de pecado contra a castidade.

O outro caso que vemos muito, o bom garoto que começa a andar com um grupo de “amigos” para se sentir mais enturmado, mais popular, só que este grupo tem comportamentos ímpios e o garoto que antes tinha uma boa índole termina por praticar os mesmos atos. Segue-se o mesmo exemplo acima, quando se pratica um mal nunca é por inocência, a ação do garoto foi ingênua, foi negligente, pois quando se convive com uma pessoa ou grupo logo se percebe seu comportamento, só se segue ao lado dos mesmos quando se tem vontade, ele viu um bem aparente – no exemplo, a busca pela popularidade – e não quis ver que poderiam vir conseqüências ruins como por exemplo o cumprimento de uma pena por delito cometido, as ações foram por ingenuidade e nunca por inocência.

Podemos também contar como exemplo, se é oferecido a um garoto um certo status para que ele pratique um ato mau e ele o recusa mostra que não é ingênuo, pois sabe que isso acarretará um mau maior a ele, ele não foi ingênuo, foi inocente, foi forte.

Creio que com os exemplos práticos acima poderemos repensar bem nossos conceitos do que é a inocência e a ingenuidade, principalmente para quando formos fazer nossos exames de consciência não mentirmos para nós mesmos e fugir de nossas responsabilidades para com os outros e principalmente com Deus,  empre teremos que lutar contra o Mal, ser inocente é mesmo com as tentações preferir o Bem, ser ingênuo é entregar-se ao mal e mentir pra si mesmo que aquilo é um bem.

Que a Virgem Santíssima, a mais bela, pura e inocente das criaturas sempre guie nossas ações para que sejamos menos indignos de nos chamarmos de discípulos do seu Filho, QueEle sempre nos dê a graça de sermos inocentes.


Tiago Martins

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